No final da tarde do último dia de NOS Alive 2025, veio o anúncio: o festival volta em 2026, dias 9, 10 e 11 de julho e já há um nome confirmado, Buraka Som Sistema, de regresso aos palcos dez anos após o último concerto. A data em que atuam não foi revelada.
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Ao terceiro e último dia desta edição, o sol voltou ao Passeio Marítimo de Algés, e voltou a haver mais gente – e novamente muitas famílias – ou o cartaz não incluísse vários grupos favoritos dos portugueses, de Muse a Nine Inch Nails, passando pelos Future Islands. Segundo referiu a organização, no anúncio das novas datas, depois de a noite de Olivia Rodrigo ter esgotado com antecedência, também esta última acabou por lotar. Já a Câmara de Oeiras garantiu que a ponte pedonal de Algés estará pronta a tempo da próxima edição, resolvendo o problema recorrente de escoamento de público.
Entretanto, no recinto, volta a ser visível e palpável o burburinho; de regresso estão também as t shirts, a maioria dos Muse, indicando como a substituição dos Kings of Leon terá sido uma aposta ganha e pode até ter atraído novo público. Também os Nine Inch Nails, banda de culto para tantos, parecem ter trazido muitos fãs, sendo alta a expetativa em torno do concerto.
Primeiro, no Palco NOS, tudo começou com a estreia de CMAT em Portugal. A nova sensação country-pop irlandesa trouxe o seu primeiro disco, “If my wife new I’d be dead”, de 2022, e foi um furacão em palco, em constante conversa com a plateia. “Sou demasiado ruiva para este clima, não pertenço aqui, a minha pele nunca deveria apanhar este sol” brincava a dado ponto, adiantando depois como vinha “de um país mágico, muito, muito distante, chamado Irlanda”.
Comunicativa, jovial, sempre a apresentar canções ou a falar de si, de autoestima, dos comentários depreciativos que recebeu ao longo da vida e de como lidou com eles, agradecendo os cartazes, comendo pastéis de nata em palco, CMAT tem pop, country e folk e tem muito humor, ferramenta certa para um bom entretenimento.
“This is the first day of my life”
Das coisas da música: para muitos dos milhares presentes, aqueles que aproveitaram o final do dia para comer, ou nas filas para brindes, ou num dos outros seis palcos no Passeio Marítimo de Algés, para eles os Bright Eyes serão perfeitos desconhecidos.
Para várias pessoas, sobretudo as da fila da frente do concerto de estreia do grupo de Conor Oberst em Portugal, mais de 25 anos depois do seu primeiro disco, no Palco Heineken este sábado – uma série de fãs que cantaram literalmente todas as letras, que se emocionaram, que gritaram o tempo todo – o grupo de Omaha, Nebraska, será a banda da sua vida, ou assim parece.
Durante uma hora, o trio trouxe temas novos e antigos, canções do novo disco, “Five dice, all threes”, décimo álbum que inclui colaborações como Cat Power, Matt Berninger dos The National e Alex Orange Drink dos The So So Glos; e clássicos como “First day of my life”, “I'm wide awake, it's morning”, “We are nowhere and it’s now” ou “Mariana Trench”.
O grupo de indie-rock oscila entre as valsas de amor, as baladas mais emocionais, os gritos mais rock, mas sempre com a melodia, a história, a voz e presença únicas de Conor, conhecido perfecionista que em palco troca de guitarra a cada tema, que quando dança se entrega em espasmos, eterno trovador com uma maneira própria de cantar como quem conta histórias. “É tão bom estar aqui, obrigado por ouvirem”, disse diversas vezes, falando no final sobre como as coisas estão “más” nos Estados Unidos e no mundo, e defendendo que “todos têm direito a dignidade”, onde quer que vivam ou se encontrem.
Depois dos Jet, Muse e Nine Inch Nails fecham o cartaz no palco principal deste último dia e da edição 2025 do NOS Alive, numa noite que tem ainda Amyl and the Sniffers, Foster The People ou Future Islands, entre outros, nos restantes palcos.