Cinco anos após o devastador incêndio de abril de 2019, que destruiu o telhado e a famosa flecha da Catedral de Notre-Dame, o emblemático monumento parisiense reabrirá ao público no dia 8 de dezembro de 2024. Esta sexta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron visita as obras antes da reabertura oficial.
Corpo do artigo
A ocasião marca a conclusão de uma das mais complexas obras de restauração alguma vez realizadas, que envolveu uma combinação de técnicas modernas e métodos tradicionais para preservar a integridade histórica do edifício.
A cerimónia oficial de reabertura terá lugar a 7 de dezembro e contará com a presença de chefes de Estado, líderes religiosos e várias personalidades da Cultura. A expectativa é reforçada pelo toque simbólico dos sinos restaurados, um momento que promete emocionar os presentes e simbolizar a resiliência e o renascimento desta catedral gótica, um dos maiores símbolos culturais da França e do mundo.
O incêndio destruiu partes significativas da catedral, incluindo a cobertura e a icónica flecha projetada por Eugène Viollet-le-Duc. A reconstrução, que mobilizou 700 milhões de euros exclusivamente em doações, foi conduzida com uma precisão extraordinária. Para reconstruir o telhado, foram usadas madeiras provenientes de carvalhos centenários de florestas francesas, enquanto ferramentas digitais modernas ajudaram a recriar detalhes ornamentais, respeitando o desenho original. O trabalho foi acompanhado por equipas de especialistas de todo o mundo, num esforço colaborativo único.
Um património histórico inestimável
Desde a sua inauguração em 1345, a Notre-Dame tem sido palco de momentos históricos marcantes, como a coroação de Napoleão Bonaparte e a beatificação de Joana d’Arc. Mais do que uma catedral, é um símbolo de identidade cultural e espiritual para a França e um dos monumentos mais reconhecidos globalmente. O incêndio de 2019 destacou a importância do património cultural, desencadeando uma mobilização internacional sem precedentes para a sua recuperação.
Espera-se que a reabertura de Notre-Dame impulsione significativamente o turismo em Paris, com uma estimativa de 15 milhões de visitantes anuais. Além de retomar o seu papel enquanto espaço de culto, a catedral prepara-se para acolher uma programação cultural mais diversificada, como exposições e eventos que atraiam um público contemporâneo, sem comprometer a sua essência histórica.
Uma mensagem de resiliência
A reabertura de Notre-Dame é um testemunho de perseverança e dedicação, representando uma vitória para a preservação do património cultural global. O toque dos seus sinos renovados ecoará não apenas como um retorno à normalidade, mas como um apelo à proteção e valorização das heranças culturais da humanidade. Este marco histórico simboliza não apenas o renascimento de uma das maiores catedrais do mundo, mas também a força coletiva necessária para preservar a memória e identidade cultural para as gerações futuras.