Segundo a Base IX, ponto 5.º, as formas verbais paroxítonas/graves da 3.ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo (em que o "e" tónico está em hiato com a terminação -em) deixam de ser acentuadas graficamente. Assim, por exemplo, as formas verbais creem, deem (conj.), descreem, leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem e veem passam a não ter acento circunflexo.
Corpo do artigo
Além disso, as palavras paroxítonas/graves como enjoo (nome e forma do verbo enjoar), povoo (forma do verbo povoar) e voo (nome e forma do verbo voar) não têm o acento circunflexo que assinalava a vogal tónica fechada com a grafia "o".
Por outro lado, as formas verbais "têm" e "vêm", 3.ª pessoas do plural do presente do indicativo de "ter" e "vir" continuam a ter acento circunflexo, a fim de se distinguirem das respetivas 3.ªs pessoas do singular - "ele tem"; "ele vem" - ou da 2.ª pessoa do singular do imperativo: "tem (tu)"; "vem (tu)".
O mesmo deve ser aplicado às correspondentes formas compostas, como, por exemplo, eles abstêm / advêm / contêm / intervêm / provêm.
Ainda segundo as novas regras e relativamente ao acento circunflexo, assinala-se obrigatoriamente a 3.ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo "poder": "ontem, ele pôde". Este acento permite distinguir a correspondente forma do presente do indicativo: "hoje, ele pode".
Contudo, existem situações em que a utilização do acento circunflexo é facultativa. Assim, por exemplo, a 1.ª pessoa do plural do presente do conjuntivo do verbo "dar" (dêmos) pode ou não ser distinguida da forma correspondente no pretérito perfeito do indicativo (demos). Seguem a mesma regra o nome "fôrma" e a 3.ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2.ª pessoa do singular do imperativo do verbo "formar". Podemos escrever: usei uma forma/fôrma redonda para fazer o bolo. Será, pois, o contexto que nos permitirá distinguir as duas palavras.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico