Produção da Broadway Entertainment Group estreia-se esta terça-feira em Lisboa para duas semanas de sessões já esgotadas. O JN esteve no ensaio de imprensa e viu o Campo Pequeno transformado em Paris do século XIX.
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Depois da Broadway e do West End, chega a vez de Lisboa. Considerado o musical mais popular do mundo, “The phantom of the opera” de Andrew Lloyd Webber, estreia esta noite no Sagres Campo Pequeno, e por lá fica até 27 de outubro. As mais de 15 sessões, ao longo de duas semanas, estão já esgotadas.
“É com orgulho que vejo que o espetáculo esgotou, ainda antes da estreia”, explica Álvaro Covões ao JN. Para o diretor da Everything is New, responsável pela chegada a Portugal da produção da Broadway Entertainment Group, é uma sensação de aposta ganha, até porque este era um sonho antigo: “Somos um destino cultural cada vez mais importante e que por isso tem de ter os melhores eventos. Este espetáculo só há pouco tempo entrou em tour e aproveitámos, há muito que o queríamos trazer”, garante.
Nesta produção – na essência e parte do elenco, a mesma do West End mas adaptada à estrada – há, entre atores que já estiveram em Londres e na Broadway, duas portuguesas: Francisca Mendo, bailarina, e Lara Martins, que faz o papel de Carlota e que está com o espetáculo há já 10 anos, desde a sua génese- o musical existe desde os anos 80, mas esta produção tem uma década ininterrupta em palco.
Há ainda cenários imponentes, 230 figurinos impressionantes, uma orquestra ao vivo com 14 elementos e um vibrante maestro.
Ópera de Paris recriada em Lisboa
Mas voltemos aos cenários, porque eles têm um papel importante. No ensaio de imprensa, desta terça-feira, foi possível ver como o Campo Pequeno está transformado: o palco é agora Paris do século XIX, ou detalhes da cidade-luz, com direito à Ópera, a barcos, ruínas, catacumbas, salões de baile, confetis, neve.
“Transformamos o Sagres Campo Pequeno num teatro, é como se estivéssemos na Broadway a ver ‘O Fantasma da Ópera’”, adianta Covões.
Baseado no romance de Gaston Leroux, o musical do compositor inglês Andrew Lloyd Webber é, desde a estreia em outubro de 1986 no West End, uma das produções mais vistas de sempre.
Já ganhou mais de 70 grandes prémios de teatro, incluindo quatro Olivier e sete Tony, e foi visto por mais de 160 milhões de pessoas em 46 territórios, 193 cidades e 18 idiomas.
A narrativa acontece em Paris do final do século XIX, onde um génio musical conhecido como O Fantasma espreita nas profundezas da Ópera de Paris. Hipnotizado pelos talentos e beleza de uma jovem soprano chamada Christine Daaé, O Fantasma tenta atrair Christine para que esta se torne a sua protegida, mas o seu passado e as suas intenções podem colocá-la em perigo.
40 milhões de discos vendidos
Sob direção musical de Ben Mark Turner, o Sagres Campo Pequeno assistirá a algumas das mais famosas e emocionantes músicas compostas por Andrew Lloyd Webber, incluindo “The phantom of the opera”, “Think of me” e “Music of the night”. A gravação do elenco original, com mais de 40 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, é a gravação por um elenco mais vendida de todos os tempos.
“Para mim, é, genuinamente, uma das melhores partituras do século”, explicava, no ensaio, o diretor musical e maestro em cena, Ben Mark Turner. “São duas horas e meia com algumas das músicas mais bonitas de sempre”, adiantou, expressando o entusiasmo por levar o musical a novos países e no fundo por esta tour, que começou no Medio Oriente e chega agora a Lisboa.
Sobre deslocar a produção a mais locais do país – ou trazer outros musicais a Portugal –, ao JN, Álvaro Covoes diz que está a averiguar, mas lembra que há desafios.
“Uma coisa é colocar um espetáculo destes num teatro durante 10 anos, outra é durante duas semanas, com toda a logística e custos envolventes. Mas gostava, sim”, garante, frisando que trazer e organizar espetáculos em Portugal é o grande objetivo: “não só trazer de fora, como organizar cá, porque temos também tanta coisa em Portugal de qualidade. O que importa é criar público, é tirar as pessoas de casa, consumirem cultura – seja em espetáculos, ir a museus, até em casa, a lerem um livro – desde que percebam o valor da cultura”, frisa.
Para já, a produção da Broadway Entertainment Group fica em Lisboa até dia 27 e depois segue para Basileia, na Suíça.