As lâmpadas espalhadas numa linha suspensa entre dois postes, por cima de um caminho de pedra que rasga o verde dos campos, é quase como uma metáfora para aquilo que é o próprio Rodellus. Realizado num campo de cultivo, na aldeia de Ruílhe, em Braga, o festival quer ser uma espécie de luz para novos projetos nacionais.
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No recinto, aliás, não há nada que seja deixado ao acaso. O palco ocupa uma parte da enorme quinta do “senhor Cardoso e da menina Bete”, que cedem umas boas centenas de metros para que o festival possa acontecer. De um lado estão as plantações de milho, do outro está o rio Este. No meio, centenas de pessoas, sobretudo jovens, ávidas por conhecer coisas novas.
“Em 2015, começámos com o rock puro e duro, mas ao longo dos anos temos aberto outros horizontes e procurado sobretudo trazer projetos emergentes, que estejam a aparecer. Esse é o nosso mote neste momento”, diz ao JN Hernâni Silva, o presidente da associação responsável por organizar o festival de Ruílhe.
A programação fica a cargo de João Araújo, que garante que é a vontade de “arriscar e de fazer diferente” que tem ajudado o Rodellus a atrair cada vez mais público. “O que nos entusiasma é aquilo que é novo e que está a surgir”, assegura o programador. Tudo isso é conseguido num “enquadramento especial” que permite descentralizar a cultura.
“As pessoas vêm normalmente por causa de alguma banda em específico, mas acabam por ficar conquistadas pelo recinto e por este contacto com a natureza, de que tanto precisamos para sair da realidade do dia a dia”, frisa João Araújo.
A banda Adwaith, do País de Gales, foi o destaque internacional do cartaz deste ano, que contou ainda com José Pinhal Post-Mortem Experience, dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, indignu, Scúru Fitchádu, Sereias, Stereoacid e Unsafe Space Garden e os DJ sets de À Boca de Sino Club, Catarina Silva e Dementes Brilhantes. O regresso do Rodellus está marcado para 2024.