Scorpions, Thirty Seconds to Mars e Pedro Sampaio são as atrações do ano. “O nosso ADN é agradar a todas as faixas etárias e musicais”, diz diretor.
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Há quem diga que os festivais são todos iguais. Os mesmos nomes, os mesmos estilos, a mesma pressa dos espectadores em chegar à frente. Mas o Meo Marés Vivas, que arranca hoje – e já esgotado –, no antigo Parque de Campismo da Madalena, em Vila Nova de Gaia, insiste, ano após ano, em desmentir o cliché com a leveza de quem sabe o que faz e, mais do que isso, sabe para quem o faz.
Jorge Lopes, diretor do festival que avança com a calma de quem organiza três festivais dentro de um só, resume tudo com uma clareza desarmante: “O nosso ADN é agradar a todas as faixas etárias e musicais”. E é exatamente isso que se sente no recinto. Aqui, o rock dos anos 1980 convive com o reggaeton de 2025 como se tivessem sido criados juntos. Por isso mesmo, a primeira metamorfose decorre já hoje: “Um dia de rock de 80 para público experienciado; um dia mais de rock; e depois um dia mais latino e com música brasileira. É um cruzamento de pessoas que gostam de rock a ver bandas latinas e acabam por gostar e vice-versa”, resume o responsável.
Scorpions e Xutos
Hoje, ainda dia de trabalho, o relógio do Marés começa a contar cedo. Jéssica Pina abre o Palco Moche às 17 horas com a elegância dos sopros e uma energia que promete. Do outro lado, Hybrid Theory trazem uma nostalgia crua, às 18 horas, para os amantes de Linkin Park. Marcus King, bluesman sulista de alma grande, aquece o palco às 19.30 horas e prepara terreno para Xutos & Pontapés que, às 21 horas, provam que há fenómenos imutáveis — e ainda bem. Milhanas, às 22.15 horas, oferece um contraste poético antes de Scorpions levantarem voo às 23 horas com os seus clássicos eternos. E quando o cansaço quiser vencer, Insert Coin chega às 00.40 horas para fechar o palco Moche com uma dose de eletrónica bem medida.
Amanhã, sábado, o festival volta a reinventar-se. Gonçalo Malafaya, às 17.30 horas no Moche, dá o tiro de partida com a sua intensidade jovem. Logo depois, o Palco Meo recebe Luís Trigacheiro & Buba Espinho (18.30 horas), trazendo o Alentejo ao coração de Vila Nova de Gaia, e Nena & Joana Almeirante (19.30 horas) para uma fusão delicada de vozes que embalam. Às 20.45 horas, Miguel Araújo e os Quatro e Meia entregam humor e melodia de mãos dadas. Mas é às 23.30 horas que o coração bate mais forte, Thirty Seconds to Mars trazem a pompa americana e um espetáculo visual para prender o olhar e os pés. Beatriz Rosário (22.45 horas) e Carol Biazin (1 hora) fecham o palco Moche com vozes femininas que já deixaram de ser promessa para se tornarem certeza.
Domingo latino
Domingo é o dia de festa latina e o primeiro a esgotar por várias razões. Jorge Lopes não disfarça o orgulho: “O dia é fortíssimo, temos uma banda portuguesa, os Calema, que encheram o Estádio da Luz há pouco tempo, temos o Ozuna, que poucas vezes veio a Portugal e que tinha muitos pedidos para que regressasse, e com reggaeton, um estilo musical na berra, e depois o Pedro Sampaio, o artista do momento”. Zarko abre o palco Moche às 17.30 horas, e às 20 horas, Calema trazem o seu romantismo contagiante ao Palco Meo, num concerto que promete ser tão emotivo quanto dançável. Pedro Sampaio fecha com chave de ouro às 23.45 horas, e se ainda houver energia para mais, Jimmy P. entra à 1.15 horas no Moche para garantir que ninguém vai embora sem mais um refrão nos lábios.