Pelo 36.º ano consecutivo, a Amadora abre-se à BD dos quatro cantos do mundo. A partir desta quinta-feira e até 2 de novembro há muitas pranchas para ver, autores a conhecer e livros a descobrir. Luís Louro é o autor em foco.
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Mais uma vez é o Parque da Liberdade (antigo Ski Skate Park) que acolhe o núcleo central do Festival de BD da Amadora, congregando na mesma área a zona comercial, o auditório, o espaço para as sessões de autógrafos, a Gaming Arena e a maioria das exposições propostas. Seguindo as linhas mestras que têm norteado o festival nos últimos anos, estas últimas primam pela diversidade e celebram aniversários marcantes da banda desenhada e destacam o trabalho de autores publicados no nosso país.
A grande comemoração passa pelos 40 anos de carreira do português Luís Louro, que foi distinguido no ano passado com o Troféu de Honra. A respetiva exposição, evoca através das suas pranchas e publicações, numa montagem aliciante, um percurso ímpar no panorama nacional, desde os primeiros trabalhos em fanzines e no "Mundo de Aventuras", passando pelas criações mais emblemáticas como Jim del Monaco, O Corvo e Alice, até aos mais recentes álbuns "Dante" e "Os Filhos de Baba Yaga" (de que acaba de ser lançada a 2.ª edição).
Heróis na sua idade de ouro
As outras efemérides destacadas pelo Amadora BD 2025 são os 85 anos do genial The Spirit, de Will Eisner, os 75 anos dos Peanuts, de Charles Schulz, e os 65 anos da Liga da Justiça, servindo esta última de pretexto para a presença de alguns autores de Batman, Super-Homem, Mulher Maravilha ou Aquaman: Marco Santucci, Maria Laura Sanapo (presentes dias 25 e 26 de outubro), Kevin Maguire, Ivan Reis (dias 1 e 2 de novembro) e Miguel Mendonça (nos dois fins de semana).
No âmbito de autores com obra publicada entre nós, o destaque este ano vai para a BD criada no feminino, com exposições da francesa Cy (presente nos dias 25 e 26 de outubro), da espanhola Bea Lema, e da libanesa Zeina Abirached (1 e 2 de novembro). Esta última vem apresentar o seu novo livro, "O profeta" que adapta a obra de Khalil Gibran.
Em termos de autoras, o festival acolhe igualmente a luso-descendente Madeleine Pereira e dedica exposições a Filipa Beleza, na Bedeteca da Amadora - Biblioteca Fernando Piteira Santos, e Alice Geirinhas, na Galeria Municipal Artur Bual.
No núcleo central do certame estão ainda patentes mostras de Paco Roca, dos gémeos Fábio Moon e Gabriel Bá, e da criação coletiva nacional "Zés há muitos: BDs não faltam!", que transporta o Zé Povinho para a atualidade.
Ao fim da tarde há uma "happy hour"
Com muitas conversas e lançamentos agendados, a edição deste ano introduz uma inovação no que aos autógrafos diz respeito: para além dos habituais horários dos fins de semana, o festival passa a ter sessões adicionais nas duas sextas-feiras, entre as 18 e as 20 horas. É nestas sessões que será possível encontrar a maioria dos autores já citados, bem como David Rubin e Henrique Magalhães (25 e 26/10), Kim, Grégory Panaccione e Martin Panchaud (1 e 2/11).
De segunda a quinta há também uma "happy hour", a designada Hora da BD, que, das 18 às 20 horas, oferece aos visitantes descontos adicionais de até 15% na compra de livros.
Em termos de lançamentos de novidades com presença dos autores, o destaque vai para "Fresca que nem uma alface", que assinala os 50 anos da personagem Maria, de Henrique Magalhães, "O progresso da humanidade", de João Sequeira e Rui Cardoso Martins, "Fernando Pessoa: o livro do desassossego 1 e 2", de Pedro Vieira de Moura, Susa Monteiro e Bernardo Majer, e "Butterfly chronicles", de João Mascarenhas.
Dia 26, às 18 horas, terá lugar a cerimónia de divulgação dos vencedores dos prémios de banda desenhada da Amadora, que distingue as melhores obras publicadas desde a anterior edição do festival.

