Em 1971, no mesmo ano em que se torna jornalista profissional, MAP publica quatro poemas. São editados em "O armário", publicação feita em estêncil, com João Botelho e Manuel Resende. É também a poesia que lhe dá o primeiro dos dez prémios que recebeu. Em 1978. Depois, obteve mais três prémios específicos: em 2002, 2004 e 2005.
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Pode dizer-se que MAP pensava em poesia, construindo a cidadania numa constante problematização dos processos da linguagem. A consagração máxima obtida com o Prémio Camões, em 2011, expressa esta dimensão, convergente no escritor e no jornalista.
O Prémio Camões 2011 assinala o "percurso coerente" de MAP, apesar de ser "a coisa mais inesperada que eu poderia esperar" (como disse na altura). Para a atribuição da maior consagração literária em língua portuguesa, o júri teve em consideração "a originalidade e diversidade do conjunto da obra premiada". Fora de dúvidas: foi uma unanimidade sem equívocos.
Tornou-se no jornalista português mais premiado de sempre (como escritor e cronista).
Pela sua obra poética, recebeu três prémios específicos, em vida. Mas, a poesia é para MAP muito mais do que prémios. É a casa, ou seja, "um sítio onde pousar a cabeça".