“Conto de verão” é o mais autobiográfico dos filmes do realizador francês.
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Parte do quarteto de filmes designado por “Contos das quatro estações”, que prosseguiu a lógica das séries temáticas desenvolvidas em “Seis contos morais” e “Comédias e provérbios”, “Conto de verão” (1996) é o filme mais autobiográfico de Éric Rohmer (1920-2010), de acordo com o próprio realizador, que foi o mais velho dos cineastas associados à Nouvelle Vague francesa e o último a atingir a consagração. Rohmer tardou, mas deixou talvez a obra mais consistente e penetrante de todo o grupo.
“Conto de verão” exibe as marcas notórias do autor de “A colecionadora” (1967), “Uma noite em casa de Maude” (1969) ou “O raio verde” (1986): personagens que tagarelam incessantemente sobre dilemas amorosos e existenciais e que nunca tomam as decisões que esperamos. Neste filme tudo é arejado pela brisa marítima de Dinard, localidade na Bretanha onde decorre a ação.