“O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24”: a arte a imitar o caos da vida
“O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24” é uma comédia dramática já em cena no Teatro Maria Matos, em Lisboa. Elenco está cheio de estrelas.
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Se conseguíssemos recriar a nossa vida, família, tudo o que fizemos e correu mal – será que o resultado seria outro e a redenção possível? Depois de perder a família num acidente, um homem moribundo e no fim da linha decide contratar atores profissionais para representar a sua família da vida real, criando assim uma última oportunidade de reconciliação. O resultado? Caótico, como a própria vida.
“O regresso de Ricardo III no comboio das 9h24” está já em cena no Teatro Maria Matos, em Lisboa, e por lá fica até ao final de dezembro.
Jessica Athayde, Adriano Luz e Rui Melo integram um elenco de luxo, que inclui também Ana Nave, Miguel Thiré, Raquel Tillo, Samuel Alves e Susana Blazer.
Com tradução de Ana Sampaio e encenação de Ricardo Neves-Neves, chega assim a Portugal a peculiar comédia dramática escrita por Gilles Dyrek, que originou uma peça de grande sucesso em França, finalista dos prestigiados prémios franceses Molière 2023 e ainda um filme de Eric Bu, de 2020, com o mesmo nome.
A versão portuguesa leva-nos a Pedro Henrique, o empresário milionário que perdeu a família num trágico acidente e se confronta com a sua própria mortalidade, enquanto tenta a reconciliação com uma vida profissionalmente bem sucedida, porém passada em guerra com os seus.
Ao querer absolvição de anos de conflito e negligência familiar, Pedro (Adriano Luz) decide passar uns dias na sua casa de campo com um grupo de atores e atrizes que contrata – para interpretarem cada um dos seus familiares desaparecidos.
Nesta última tentativa de recriar uma família e reescrever um final, com protagonistas que talvez não estejam assim tão empenhados, ou à altura do papel, sucedem-se os mal-entendidos, mistura-se a verdade com a ficção, instala-se o caos e a surpresa, numa comédia um pouco ao estilo de Shakespeare, que o título homenageia.
A peça é produzida pela Força de Produção e fica no Teatro Maria Matos até ao final de dezembro, sempre de quinta a sábado às 21 horas e aos domingos às 17 horas. Bilhetes entre os 18 e os 20 euros.