O último da temporada: Meo Kalorama abre esta quinta-feira para três dias de música
Cartaz do festival lisboeta tem 60 artistas e inclui Florence & The Machine, Arcade Fire, Siouxsie, Blur, Arca ou Aphex Twin. À segunda edição, o recinto está diferente e agora há quatro palcos.
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É o caçula entre os festivais portugueses: nascido em 2022, o Meo Kalorama emergiu num mundo ainda a recuperar da pandemia, com um cartaz surpreendente para uma primeira edição onde se incluíam nomes como os Arctic Monkeys ou Nick Cave.
O conceito: a tríade “arte, música e sustentabilidade”, e a assumida localização no calendário fora do cúmulo dos grandes eventos de verão – o festival de fim de época.
Agora, entre esta quinta-feira e sábado, num recinto repensado no Parque da Bela Vista, em Lisboa (o mesmo do Rock in Rio), são esperados durante três dias mais de 60 artistas, de Blur a Florence & The Machine, de Arcade Fire à mítica Siouxsie.
Ao segundo ano, reforçam-se as apostas que correram bem na 1.ª edição, corrige-se o que “correu menos bem”, e investe-se ainda mais em parcerias que procuram colocar a sustentabilidade e a arte num patamar tão relevante como o do cartaz musical.
A garantia é dada ao JN por Andreia Criner, diretora de comunicação do Meo Kalorama, que destaca esta vertente do festival. “Na arte e sustentabilidade trabalhámos muito com os parceiros”, frisa, avançando que este ano há mais espaço para artistas plásticos – dos palcos principais, onde participam, a três instalações no recinto, com curadoria da Underdogs. E há um reforço da sustentabilidade económica, ambiental e social, que passa por, desde o aproveitamento de comida pela Re-food, ao encaminhamento e produção controlada de resíduos e a contratação de 200 pessoas do bairro de Chelas para trabalhar no festival.
Palcos mais afastados
Em 2022, mesmo sendo uma primeira edição, o feedback dos 110 mil visitantes do Kalorama foi positivo, com ressalvas para algumas sobreposições de som entre palcos ou dificuldades no acesso a serviços.
“Foi um sucesso extraordinário”, resume Criner sobre a estreia, garantindo que “o que correu menos bem foi identificado e corrigido”.
A reconfiguração do recinto na Bela Vista é uma das novidades, associada às esperadas melhorias: este ano, os palcos passam a ser quatro, mas além das distâncias serem diferentes, não há sobreposição de horários entre os concertos dos dois palcos principais, garante a responsável.
“Temos quatro palcos: o palco Meo, que é o principal; o San Miguel, ou secundário; o palco Samsung e o Panorama”. Este último, que é novo, acolhe vários DJ, todos os dias desde as 14 horas.
Quanto à disposição, “no ano passado o palco Meo e o secundário estavam no mesmo perímetro do anfiteatro natural do Parque”, diz Andreia Criner. Este ano, o palco Meo mantém-se no mesmo sítio, mas o secundário “passa para uma zona fora desse perímetro, mais afastada”, garante, sendo ainda assim assumida a tal não sobreposição de horários. No meio do bosque, ficará o palco Panorama e o palco 3, ou Samsung, estará do lado oposto do recinto, numa zona independente, num dos topos do Parque.
Concertos começam mais cedo
O cartaz volta a ser forte, contando com artistas como Blur ou The Prodigy (quinta-feira), Florence & The Machine ou Aphex Twin (sexta-feira) e Arcade Fire, Siouxsie e Foals (sábado).
Para a diretora de comunicação, Andreia Criner, as pérolas estão nos nomes maiores – lembra que os Yeah Yeah Yeahs não atuam em Portugal há mais de uma década, confirma que Florence Welch está “a caminho”, apesar do problema de saúde que a fez cancelar datas recentes, e garante que os Blur deverão dar um espetáculo diferente do Primavera Sound Porto, fechando aqui a tournée europeia.
Mas estão também nos outros palcos, dos The Blaze, a M83 ou Metronomy, de Pabllo Vittar a Ethel Caine, sem esquecer portugueses – são 17 no total – como Pongo ou Eu.Clides.
Vá de transporte público
O truque é mesmo ir cedo – e preferencialmente de transportes públicos, diz a organização.
À semelhança de outros eventos europeus, a música começa e acaba mais cedo do que é muitas vezes costume e, dos cabeças de cartaz, os Prodigy são os mais tardios, atuando pelas 00.40 horas.
Arcade Fire, no último dia, começa às 22.30 horas e Siouxsie às 18.05 horas. Jozé Gonzales (quinta, palco San Miguel), atua às 16.55 horas.
O festival assume os horários, como assume a calendarização no fim da temporada. “O Kalorama posiciona-se como o último grande festival de verão europeu, porque, de facto, Lisboa tem características, de clima até, que outras cidades não têm”, diz Criner.
Os estrangeiros são também um público alvo mas a organização não disponibiliza ainda o números previsto de visitantes.
Certo é que em 2024 haverá o Kalorama n.º 3 e há já nomes a serem contratados.