Caos e ilegalidade marcaram venda de bilhetes. Irmãos Liam e Noel já vão em 17 datas e admitem mais concertos.
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Nada é impossível” - conhecemos bem esse cliché. Mas ainda que exista sempre uma réstia de esperança, uma zanga, uma zanga entre irmãos e, em particular, a zanga entre os irmãos Liam e Noel Gallagher parecia ser apenas resolvida com magia. Mais de 50 milhões de euros a cada um pode ter sido a poção misteriosa, especulam os fãs e a Comunicação Social britânica.
Na semana passada, os Oasis anunciaram uma tour de regresso, 15 anos depois da infame zanga minutos antes de subirem ao palco em Paris. Serão 17 concertos (começou nos 14 e foram acrescentadas datas devido à “procura nunca antes vista”, anunciaram) em Cardiff, Manchester, Londres, Edimburgo e Dublin. Especialistas ouvidos por jornais do Reino Unido falam de uma receita de mais de 400 milhões de euros - e de um acordo que fará com que cada um dos irmãos, até aqui desavindos, receba mais de 50 milhões.
Face aos números, fãs ou meros internautas entretidos com a novela levantaram especulações: terá sido uma chamada a meio da noite que resolveu a zanga (segundo a versão oficial) ou o dinheiro falou mais alto? A segunda hipótese é sustentada pelos diversos prejuízos de ambos ao longo dos anos.
Há uns anos, Liam queixou-se de que os chás que bebe têm de ser preparados por ele, quando chegou a ter quatro pessoas para a tarefa. Uma crise financeira à porta? A diferença de fortuna entre ambos sempre foi conhecida. Noel, aquele que arrecada mais royalties, tem uma fortuna quase nove vezes maior que a do irmão.
Divórcios de milhões
No seu caso, aponta-se o divórcio milionário como ignição para o regresso da banda. A separação do ano passado de Sara MacDonald custou mais de 20 milhões de euros ao artista. Também em 2015, Liam passou pelo divórcio de Nicole Appleton, numa partilha conturbada e com extensas despesas legais.
E, ao longo dos anos, Liam apontou a agora ex-mulher de Noel, Sara, como parte do imbróglio a impedir a paz. Em fevereiro deste ano, comentou com a Sunday Times Culture que o divórcio do irmão poderia aproximá-los, conseguindo “ver uma reunião a acontecer”.
Tal como toda a carreira dos irmãos, com zangas estendidas a terceiros, como Blur, Spice Girls ou Jay-Z, problemas com a Polícia e cenas de violência verbal e física e 15 anos de indiretas entre ambos, o regresso de Oasis não está livre de drama.
Este fim de semana abriu a venda dos bilhetes para a tour de regresso. Não apenas as filas de espera de horas, as mensagens de erro e os preços dinâmicos (em que a Ticketmaster inflacionou o valor até 300% sem aviso) foram motivo de críticas, como também o oportunismo.
A revenda de bilhetes em locais não autorizados superou os sete mil euros por entrada. As situações ilegais, notadas nas primeiras horas da venda oficial em sites secundários, levaram a banda a alertar, em comunicado, “que as entradas que não forem compradas nos locais autorizados vão ser canceladas”.
Oasis iniciam o périplo a 4 de julho e terminam a 17 de agosto de 2025. Em comunicado, afirmam estar “em curso preparativos para levar o ‘Oasis Live’25’ a outros continentes no final do próximo ano”.
Criticado preço acima do divulgado
O preço dinâmico, apesar de ser já praticado há muito em setores como hotelaria ou aviação, é uma moda recente na música ao vivo. Os ingressos para o concerto dos Oasis no Croke Park, em Dublin, por exemplo, foram anunciados a partir dos 86,50 euros. Os fãs, depois de horas na fila de espera, depararam-se com um preço diferente (e nunca anunciado): o mesmo bilhete chegara aos 415,50 euros. Este aumento está a ocorrer nas vendas praticadas pela Ticketmaster e alcançou uma inflação de 300%. O preço dinâmico permite que o valor dos bilhetes seja alterado em tempo real consoante a procura – condição que os artistas terão aceite previamente.