“A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”: peça baseada no texto de Peter Handke estreia no Theatro Circo, em Braga, esta sexta-feira. Há muitas reflexões para fazer, diz a corógrafa ao JN sobre a peça por onde passam 450 personagens. Comunidade local está envolvida.
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No momento em que Peter Handke escreveu “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, em 1992, os telemóveis eram coisas pesadas, com antenas grandes e teclas salientes. Quando Olga Roriz decidiu coreografar a peça do conceituado dramaturgo austríaco, vencedor de um Nobel da Literatura, são cada vez mais finos, mais inteligentes, mais minimalistas.
Entre uma coisa e outra passaram três décadas: o mundo mudou, as pessoas mudaram, a tecnologia mudou-nos. As praças das cidades já não são locais privilegiados de encontro e de conversa – mas continuam a ser onde muitas pessoas se cruzam, muitas vezes apressadamente a caminho de outros lugares. Como na peça, não há palavras, mas há (muito) movimento. E é isso que o espetáculo desta sexta-feira à noite, no Theatro Circo, em Braga, vai mostrar, num momento que gente local, com pouca ou nenhuma experiência na área, também é chamada a participar.