“A pedra sonha dar flor”, de Rodrigo Areias, tem antestreia no festival, cineasta João Gonzalez vai tocar ao vivo a banda sonora de "Ice merchants" e o realizador Bertrand Mandico e a atriz Elina Löwensohn, de “A lista de Schindler”, vão andar por Vila do Conde. É de 12 a 21 de julho.
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João Gonzalez cresceu ali, no Curtas Vila do Conde, e volta agora para tocar ao vivo a banda sonora de “Ice merchants”, o primeiro filme português nomeado para um Oscar. Rodrigo Areias também regressa a casa, agora com a antestreia de “A pedra sonha dar flor”, o seu novo drama. O realizador Bertrand Mandico e a atriz Elina Löwensohn (a judia Diana Reiter, de “A lista de Schindler”) convidam a uma viagem por curtas e longas de culto, à mistura com masterclasses e uma entrevista improvável.
É o Curtas Vila do Conde: um festival de cinema livre, que cruza artes, tem espaço para os novos, não esquece o passado e está sempre a perspetivar o futuro. A 32.ª edição é de 12 a 21 de julho.
Mais novidades: Laura Ferrés e Yorgos Zois são as “New Voices” deste ano e HHY & The Macumbas e os Lunar Ring juntam-se num concerto com Inteligência Artificial e dão o mote para uma discussão tão necessária quanto atual. Há 6674 filmes inscritos de 138 países. Da programação constam 239, distribuídos por 83 sessões. Depois, há ainda oito conversas, quatro masterclasses, a apresentação de um livro e uma exposição especial.
Colheita de Cannes
Na competição nacional, explica o diretor do Curtas, Nuno Rodrigues, há 17 curtas a concurso entre as quais “As minhas sensações são tudo o que tenho para oferecer”, de Isadora Neves Marques, que estreou na Semana da Crítica em Cannes, “O jardim em movimento”, exibido na Quinzena dos Cineastas e “Mau por um momento”, de Daniel Soares, que recebeu uma menção honrosa no festival francês. Depois, voltam “repetentes” como Mário Macedo, Pedro Caldas e David Pinheiro Vicente, aos quais se juntam meia dúzia de caras novas.
Ainda no cinema português, Diogo Costa Amarante regressa com a primeira longa-metragem “Estamos no ar” (dia 13) e “A pedra sonha dar flor”, de Rodrigo Areias, será musicada ao vivo por Dada Garbeck (dia 14).
Na competição internacional há 48 filmes e, mais uma vez, novas caras e velhos conhecidos. Depois, mais 61 películas para ver nas secções Take One, My Generation (filmes de escola) e vídeos musicais.
Carta Branca para Bertrand Mandico
Bertrand Mandico e Elina Löwensohn estarão In Focus. “Boro in the box” venceu o Curtas em 2011. Agora, Mandico volta e vem com a sua atriz de eleição.
Pelo Curtas vai passar parte da sua obra e uma Carta Branca do realizador, que inclui películas de nomes como Federico Fellini, Marguerite Duras ou Jean-Luc Godard.
De Löwensohn passa uma trilogia de curtas e três filmes de culto com a atriz no elenco: “Homens simples” (1992), “Nadja” (1994) e “Sombre” (1998). Na animação, o In Focus é o espalhol Alberto Vázquez e há curtas, uma Carta Branca e uma masterclass.
Lula Pena também está lá
Em destaque está ainda Morgan Quaintance, vencedor da Competição Experimental de 2020 e 2021. Volta com uma exposição retrospetiva na Galeria Solar.
Finalmente, na secção Stereo, para lá de João Gonzalez (dia 12), Rodrigo Areias e Macumbas (dia 20), a cantora Lula Pena apresenta uma criação musical com plantas “espontâneas”, na Casa do Xisto; Filipe Melo e João Pereira vão recriar o universo sonoro de “La Jetée”, numa sessão narrada por Beatriz Batarda; e o álbum “Spectral evolution”, de Rafael Toral, terá um ambiente visual criado por artistas emergentes.
Curtinhas: filmes, oficinas e muita animação
Para os mais pequenos, a secção Curtinhas tem este ano 19 filmes a concurso, nas categorias M/3, M/6 e M/9. A escolha é de um júri de crianças dos 8 aos 12 anos.
“Perlimps”, de Alê Abreu, abre a programação no dia dia 16. É a história de Claé e Bruô, rivais que têm de ultrapassar as suas diferenças para salvar a floresta e encontrar as criaturas mágicas, os Perlimps.
Além dos filmes, há duas oficinas para pais e filhos (dias 20 e 21 de julho) e a área infantil Brincar ao Cinema, onde os mais pequenos podem entreter-se enquanto os pais vão às sessões.