MIMO (Amarante), Sol da Caparica (Almada), Músicas do Mundo (Sines), F (Faro) e Musa (Cascais) são os candidatos portugueses ao prémio de melhor festival ibérico, cujo vencedor é anunciado esta noite de quarta-feira, numa cerimónia a realizar em Vigo.
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Os representantes nacionais vão disputar o galardão com cinco candidatos espanhóis (Bilbao BK Live, Dreambeach Villaricos, Resurrection Fest Estrella Galicia, Rototom Sunsplash e Sonorama Ribera).
A categoria "Best major festival" é a única cuja escolha esteve a cargo de um júri. As restantes 21 estiveram sujeitas a votação online nas últimas semanas. A promoção turística, a programação cultural, o cartaz e a sustentabilidade foram alguns dos itens avaliados.
Apesar da desproporção entre a realidade portuguesa e a espanhola, a Associação Portuguesa de Festivais (APORFEST) sublinha que "há um equilíbrio" entre ambos os países. "Os espanhóis começaram há mais anos, mas há cada vez mais candidaturas portuguesas com qualidade, o que se reflete no número de vencedores nacionais", afirma Ricardo Bramão, presidente da APORFEST.
Com um mercado mais limitado (segundo estudos da associação, o público-alvo destes eventos representa 2.7 milhões de pessoas), os promotores têm de fazer um esforço superior para disfarçar as diferenças. "Com pouco, fazemos muito", resume o responsável, convicto de que continuam a faltar "festivais de grande dimensão". Para que isso aconteça, defende, é preciso "atrair mais patrocinadores de peso e público de outros países".
"inovar nas palavras"
Os desafios que os festivais enfrentam vão estar em discussão na edição deste ano do Talkfest, um encontro dirigido sobretudo a promotores que se realiza no próximo dia 22, no Museu das Comunicações, em Lisboa.
Da ministra da Cultura, Graça Fonseca, a artistas como Mundo Segundo, Blaya ou Mikael Carreira, o Talkfest vai apresentar dezenas de conferências ao longo de todo o dia. Há ainda concertos, oficinas e apresentações científicas. Muitas das atividades vão decorrer em simultâneo, pelo que "o melhor é fazer um roteiro atempado para tirar o máximo partido das sessões", alerta Ricardo Bramão.
Os convidados são sobretudo ibéricos, mas há dois diretores de festivais estrangeiros que vão apresentar o seu testemunho. São eles Mariana Sanchotene, diretora do maior festival europeu de "clubbing" (Amsterdam Dance Event) e o líder do mais prestigiado festival de reggae, o Rototom Sunsplash, em Benicassim (Espanha).
A lotação ainda não esgotou, mas a organização prevê que isso aconteça ainda antes do arranque.
"Cartaz já não é tão decisivo na escolha de um festival"
Na hora de escolher qual o festival a que se quer ir, quais os critérios que mais contam? A resposta mais óbvia é a do cartaz, mas, para Ricardo Bramão, presidente da Associação Portuguesa de Festivais, os consumidores começam cada vez mais a levar em linha de conta outros critérios. "O cartaz já não é tão decisivo", defende.
"A mobilidade", "a sustentabilidade" e "as novas tecnologias" são itens a que os frequentadores dão uma importância crescente, no entender do responsável, já que "privilegiam cada vez mais o usufruto da experiência".