Editora Devir retoma publicação em banda desenhada da saga “The Walking dead”, criada por Robert Kirkman. Volume tem mais de 500 páginas.
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Corria o ano de 2010 e a febre zombie de “The walking dead” espalhava-se pelos pequenos ecrãs mais depressa do que a epidemia de origem desconhecida que provocava o ressuscitamento dos mortos. Esta série televisiva, terminada uma dúzia de anos depois, adaptava o “comic” homónimo, estreado em 2003 e que viria a contar 193 números até 2019.
Publicada em português pela editora Devir a partir da estreia na TV, a BD somaria 14 volumes, correspondentes às primeiras 84 revistas originais. Ao contrário do habitual, não foi a falta de vendas que provocou a paragem da edição nacional, mas sim a subida exponencial das exigências por parte da editora americana.
Agora, já com as dez temporada de “The walking dead” vistas – e nalguns casos revistas –, a Devir regressa a esta BD, num formato cada vez mais corrente: tomos volumosos, no caso com mais de meio milhar de páginas, que permitirá concluir a edição lusa num intervalo de tempo razoável.
O enredo de base é conhecido: Rick Grimes, polícia numa pequena localidade, acorda sozinho no hospital, após ter sido baleado na sequência de uma perseguição automóvel. Como nós, descobrirá que os mortos começaram a ressuscitar e se alimentam de carne humana. Rick irá reencontrar a mulher e o filho e, juntamente com outras pessoas, aprender a sobreviver na nova realidade.
Embora na sua origem esteja uma temática querida ao cinema de terror, “The walking dead” é muito mais um conjunto de histórias humanas de superação e sobrevivência, do que a sua componente fantástica, embora esta exista e seja determinante.
Com base num grupo heterogéneo, em constante mudança, Robert Kirkman, o argumentista, vai mostrando como o ser humano, em função das suas crenças, vivências e capacidade de adaptação, vai reagindo perante o desconhecido e as adversidades que encontra.
Este regresso à BD dá-se com o livro que corresponde a boa parte da estadia do grupo de Rick na prisão e à entrada em cena de personagens marcantes como Michonne e o Governador.
É uma oportunidade para reencontrar ou descobrir as personagens originais mas, mais do que isso, perceber como BD e a TV, seguindo parâmetros semelhantes, têm opções diferentes, tanto em termos narrativos como na introdução, eliminação ou evolução das personagens.