O tema “Deslocado” conseguiu o maior número de votos combinados entre júri e público e vai representar Portugal na Eurovisão deste ano. Os NAPA atuam na primeira semifinal na Suíça a 13 de maio, almejando um lugar na grande final de dia 17.
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Está escolhida a canção – e os artistas – que vão representar Portugal em Basileia, na Suíça, na Eurovisão deste ano. Na final do Festival da Canção que aconteceu este sábado, “Deslocado”, dos madeirenses NAPA, foi o tema eleito para competir em maio pelo almejado lugar no restrito grupo de vencedores da Eurovisão.
A música conseguiu o maior número de votos combinados entre júri e público, tendo ficado em empate técnico com “Cotovia”, de Diana Vilarinho, no final da contabilização; vencendo por ter mais votos telefónicos do público, o critério utilizado nestes casos. “Medo” de Fernando Daniel, um dos favoritos, ficou em terceiro lugar após a combinação das votações.
Contando apenas com os votos dos jurados regionais da RTP, antes de entrarem os do público, Diana Vilarinho com “Cotovia” era a primeira classificada, seguida de “Calafrio” de Jéssica Pina. “Medo” de Fernando Daniel surgia em terceiro.
“I wanna destroy you”, de Henka, que, estava com zero pontos após a conversão dos votos dos jurados regionais numa numeração de zero a 12, foi quem teve mais votos do público, recebendo a pontuação máxima de 12.
A edição foi descrita pelos apresentadores, Filomena Cautela e Vasco Palmeirim, como uma das mais renhidas dos últimos anos: até este sábado já era notório estar tudo em aberto, com vários favoritos. No Spotify, os NAPA eram no entanto há dias detentores da liderança em streams.
Enquanto decorriam as votações, foram convidados Ana Lua Caiano, Legendary Tigerman e os Expresso Transatlântico numa homenagem ao guitarrista Carlos Paredes, que completaria 100 anos em 2025; e Iolanda, vencedora da edição do ano passado, que apresentou uma nova versão de “Grito”, que foi também disponibilizada nas suas plataformas.
Em antecipação à cerimónia deste ano em Basileia, estiveram também em palco João Borsch, Maria João e Huca a interpretar de “Refrain”, de Lys Assia, tema suíço que foi o primeiro a vencer a Eurovisão; “The code”, o tema que deu ao suíço Nemo a vitória no ano passado; e o clássico eurovisivo de Céline Dion, “Ne partez pas sans moi”, que venceu também pela Suíça mas em 1988.
O debate da IA
Este ano, a abertura da final do Festival da Canção voltou a ter um momento de humor, como tem sido hábito, mas com uma nota de reflexão. Com recurso a IA, todos os vencedores da Eurovisão desde 2017 – o primeiro e único ano em que Portugal ganhou, com “Amar pelos dois”, de Salvador Sobral – até hoje foram substituídos pelos rostos dos apresentadores da RTP, Vasco Palmeirim e Filomena Cautela.
Através da tecnologia de "deepfake", um tipo de inteligência artificial que permite manipular vídeos e alterar traços faciais com um forte nível de realismo, foi possível ver os dois portugueses a interpretar momentos icónicos de artistas como Nemo, Loreen, Duncan Laurence e Måneskin.
Segundo uma nota da RTP publicada nas páginas do Festival da Canção, neste tema o debate é “urgente”: “a manipulação de imagens levanta preocupações sobre a desinformação e a criação de conteúdos enganosos”.