Otelo Saraiva de Carvalho recorda o escritor Gabriel García Márquez como "um repórter apaixonado pela situação que se vivia em Portugal" com a revolução do 25 de Abril.
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"A revolução portuguesa, nos moldes em que foi feita, pelo facto de terem sido militares de postos intermédios do Exército, Força Aérea e Armada a fazer uma revolução com um cunho, inicialmente, pelo menos, de carácter socialista" despertou em Gabriel García Márquez um "interesse enorme", recorda o militar que coordenou o Movimento das Forças Armadas em 1974.
Otelo Saraiva de Carvalho recorda-se de algumas das reportagens que o escritor colombiano realizou sobre o 25 de Abril: "Gostei bastante da forma como fez a descrição da Revolução dos Cravos."
"Não só o que escreveu, mas sobretudo a forma como escreveu" salienta.
"Politicamente foi um homem que sempre teve uma paixão intensa por processos revolucionários que pudessem fazer singrar a humanidade em termos de vida política, de acesso dos trabalhadores ao poder e à participação da vida política ativa do país", adiantou.
Gabriel García Márquez morreu, esta quinta-feira, na Cidade do México.