Começa hoje e decorre até sábado, em Braga, com música, debates e cinema. "Adilson", a primeira ópera criada por Dino D"Santiago, é o grande destaque.
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Se a arte inquieta, também faz pensar, debater e rebater mundos muitas vezes fechados, por desconhecimento ou vontade que assim continuem. É a partir dessa ideia que o festival Paraíso, que acontece em Braga entre hoje e sábado, se move: todo o programa desta 3.ª edição foi pensado em torno dos 50 anos da independência das ex-colónias portuguesas, os atuais PALOP, permitindo trazer para a tona um tema que continua a ser tabu. O cartaz lança um foco sobre "Adilson", a primeira ópera escrita pelo cantor Dino D"Santiago, que chega amanhã ao Theatro Circo.
"Quando criámos o Paraíso há três anos, definimos vários objetivos: celebrar os artistas afrodescendentes e colocar em debate a afrodescendência e o colonialismo, temas fraturantes na sociedade e que precisam de ser discutidos", diz ao JN Nuno Abreu, curador do Paraíso, que reserva também as estreias em Braga da histórica Banda Monte Cara e o novo projeto-sensação afro-house Fidju Kitxora, além de conversas, cinema, uma residência artística e uma visita guiada pela cidade.