Como foi o último dia, como Lee Fields deu tudo e todo o amor aos 73 anos, como Wilco deram uma cátedra de country e música ianque e quem adivinha de quem foi o ato mais desenfreado de alegria? O festival chegou ao fim.
Corpo do artigo
Quatro horas depois do ponto onde tudo começou, vai haver uma erupção emocionalmente selvagem que ganha o pódio da performance, mas primeiro os mais velhos: 10 minutos depois de ter iniciado o seu concerto às seis da tarde no 4.º e último dia do festival Vodafone Paredes de Coura, Lee Fields, o soulman norte-americano que tem 72 anos e já dissera duas vezes muito alto e de repente no meio das canções “I love you!”, suava por todos os poros de felicidade.
A limpar a face e os braços que pingavam a brilhar, diz isto na sua cara benévola de “baby face”, uma cara decalcada de Cassius Clay, enquanto volteia a tolha preta a olhar como quem sonda para nós: “Que bonitos você são, que bonita multidão” (ouve-se aqui e ali um “huá!” no ar, estrelejam risos), “deixem-me lá ver melhor”, diz ele a rondar e a chegar-se à frente para ver melhor, “acho que nunca tinha visto tanta gente tão bonita junta!” (pipocam mais uns “huáá!”, estalam palmas além e acolá), “por isso, façam-vos o favor de vos aplaudir!” — e chocalhamos todos a olhar uns para os outros com caras concordantes de quokkas, que são os confirmados animais mais felizes do mundo, enquanto batemos palmas de aprazimento para nós.