<p>Seguindo pela Estrada Nacional 103, poucos quilómetros antes de Montalegre, vira-se numa encruzilhada à direita e, algumas centenas de metros à frente, começa a sentir-se por que é que a pequena aldeia de Campos não podia ter outra denominação. O verde domina a paisagem, recortada por muros de pedra baixinhos. Ao longe, a montanha. Gerês para trás, a Cabreira lá ao fundo. Aqui e ali, gado barrosão a pastar embeleza a paisagem. Mais uns metros, e o som de uma corrente de água convida a prosseguir viagem.</p>
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Campos, freguesia do concelho de Vieira do Minho, situa-se numa zona de transição entre o Minho e Trás-os-Montes, e conserva um núcleo concentrado de habitações tradicionais, assim como um património valioso. Quando se chega junto à antiga escola primária, agora uma espécie de museu da memória local, o melhor é parar o carro e fazer o resto da viagem a pé. As ruas estreitas, por vezes sujas de excrementos de animais - a criação de gado continua a ser, ainda, uma das principais actividades da população, composta por pouco mais de 300 pessoas, a maioria idosa - são ladeadas por belas casas antigas, em granito, quase todas bem conservadas. Existem dois fornos comunitários recuperados, um no centro da freguesia e outro na vizinha Lamalonga. A igreja de S. Vicente de Campos é de visita obrigatória, assim como os vários espigueiros (perto da igreja há um muito grande, em granito, que chama a atenção, pois faz uma espécie de ponte sobre a rua). Bonitas alminhas marcam compasso ao longo das ruas.
Graças a um projecto de revitalização de aldeias em Vieira do Minho, dinamizado por uma investigadora da Universidade do Minho, Campos começou a despertar, há poucos anos, para o turismo, mas sem alterar as suas características históricas. No centro da aldeia, por exemplo, nasceu um pequeno aglomerado turístico com um restaurante.
Mas os dias quentes de Verão convidam a um mergulho. Por isso, seguindo até às margens do Rabagão, pode-se, primeiro, observar, por exemplo, o moinho recuperado, e dar um mergulho nas águas do rio, ainda com vestígios das antigas minas de volfrâmio.