O artista espanhol Gustavo Torner, multifacetado mestre da abstração, faleceu hoje na sua residência em Cuenca, Espanha, aos 100 anos de idade, informaram à agência EFE fontes próximas ao pintor.
Corpo do artigo
Mestre da abstração e criador, juntamente com o artista Fernando Zóbel, do Museu de Arte Abstrata Espanhola de Cuenca, Gustavo Torner de la Fuente nasceu a 13 de julho de 1925, era membro da Real Academia de Belas Artes de San Fernando e Medalha de Ouro das Belas Artes.
O corpo do artista encontra-se em câmara ardente no necrotério Alborada, na capital de Cuenca, segundo o seu perfil oficial na rede social Instagram, onde foi anunciada a notícia do falecimento.
O pintor, escultor, gravador, designer, museógrafo e consultor artístico tinha comemorado o centenário do nascimento há dois meses na sua casa em Cuenca, rodeado pela família e amigos mais próximos, tendo sido homenageado por fundações, museus, galerias e a Real Academia de Belas Artes de San Fernando.
O presidente da Câmara de Cuenca, Darío Dolz, referiu nas redes sociais: "É um dia muito triste para Cuenca e para o mundo da arte".
Mais de 600 obras no Museu Rainha Sofia
A obra de Gustavo Torner encontra-se em coleções públicas e privadas, museus, instituições e organismos ou ao ar livre em locais tão emblemáticos como a Biblioteca do Congresso de Washington, a Tate Gallery de Londres ou na chamada Praça dos Cubos de Madrid.
Consultor artístico da Fundação Juan March durante 30 anos, Torner organizou e criou o design de exposições como "Arte'73", uma mostra antológica de arte contemporânea espanhola com a qual a fundação em seu nome iniciou oficialmente as atividades culturais em Madrid, em 1975, a exposição "Goya: Caprichos-Desastres-Tauromaquia-Disparates" (1979) e as que apresentaram ao público madrileno artistas como Francis Bacon, Mark Rothko ou Andy Warhol.
Colaborador assíduo do Museu do Prado, em 1982 passou a fazer parte da equipa de reestruturação das novas salas. Também realizou cenários e figurinos, como os da ópera "El poeta", com Plácido Domingo, no Teatro da Zarzuela de Madrid.
O Museu Rainha Sofia de Madrid dedicou-lhe uma retrospetiva em 1991, e em 2003 o artista depositou naquela instituição cerca de seiscentas das suas obras.