Festival começa esta terça-feira, e prolonga-se até domingo, no Batalha Centro de Cinema, no Porto, com o “melhor cinema feito por mulheres e pessoas não binárias”.
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A realizadora Margarida Cardoso é a figura emblemática que marca a edição de 2024 do festival de cinema Porto Femme, que começa esta terça-feira no Batalha Centro de Cinema, no Porto, e depois se alarga à Casa Comum, ao Maus Hábitos e à Casa das Artes. O certame prolonga-se até domingo, com sessões diárias.
A cineasta de 60 anos é uma autora "que explora temas que cruzam as suas experiências históricas pessoais com questões proeminentes na história recente de Portugal, como a guerra colonial em África, a revolução do 25 de abril e os anos do pós-colonialismo", refere a organização.
Sexta-feira é exibido o seu documentário "Understory" (2019), sobre as "ramificações culturais e económicas" da exploração de cacau, "numa viagem por São Tomé e Príncipe, Inglaterra e Brasil". A sessão terá a presença da cineasta e uma conversa moderada pela investigadora e ativista Kitty Furtado
Forte ligação a África
Margarida Cardoso, que viveu grande parte da infância em Moçambique, iniciou o seu percurso no cinema nos anos 1980 como fotógrafa de cena, anotadora e assistente de realização.
Os primeiros filmes, enquanto realizadora, surgiram nos anos 1990, como por exemplo a curta-metragem "Dois dragões" (1996).
Desde então tem feito tanto documentário como ficção, quase sempre com uma ligação a África, nomeadamente "Kuxa Kanema - O nascimento do cinema" (2003), sobre a produção cinematográfica em Moçambique, "A costa dos murmúrios" (2004), a partir do romance homónimo de Lídia Jorge, e "Sita - A vida e o tempo de Sita Valles" (2022).
Tem ainda por estrear o filme de ficção "Banzo" e tem em mãos outros projetos, nomeadamente "Caderno de memórias coloniais", ainda em desenvolvimento, com produção da Midas Filmes.
Abertura com filmes da competição
O Festival Porto Femme, como sempre dedicado ao "melhor cinema produzido por mulheres e pessoas não binárias", conta nesta sétime edição com mais de 140 filmes de 38 países. As secções estão organizados em competição, nomeadamente entre estrangeiros, nacionais e estudantes.
A sessão de abertura oficial, esta terça, às 21.15 horas, na sala 1 do Batalha, apresenta três curtas-metragens da competição internacional: "Mia", de Karina Minujin (Mexico), "Uli", de Mariana Gil Ríos (Colômbia) e "Oysters", de Maia Descamps (Bélgica).
À tarde, às 15.15 horas, na sala 2, já há filmes portugueses: "Morning shadows", de Rita Cruchinho Neves, e "Clandestina", de Maria Mire.
O primeiro dia encerra com uma festa no bar do Batalha Centro de Cinema, às 23.15 horas.