O Governo determinou em 2012 a classificação patrimonial de seis conjuntos arquitetónicos e arqueológicos da cidade do Porto e a Direção-Geral do Património Cultural fez pelo menos 13 propostas para classificar outros tantos imóveis.
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Classificado em 1982 como Imóvel de Interesse Público, o Teatro Nacional de S. João passou este ano a ser Monumento Nacional, ao passo que o Cinema Batalha, o Coliseu e a Judiaria do Porto foram classificados como Monumentos de Interesse Público (MIP).
A este conjunto de classificações definitivas de 2012 junta-se o Conjunto de Interesse Público formado pelos edifícios da Rua Álvares Cabral situados entre a rua de Cedofeita e a Praça da República, que dá por terminado um processo de avaliação de 28 anos.
As informações foram recolhidas pela Lusa no Diário da República (DR) e na página da Internet do Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (Igespar), que desde 2011 integra a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC).
Na lista dos MIP constam agora o Coliseu do Porto, "obra síntese que encerra o percurso moderno" do arquiteto Cassiano Branco, o Cinema Batalha, edifício de "expressão plástica e arquitetónica de audaz modernidade", e o Palacete do Visconde de Vilar de Allen, um "marco arquitetónico e urbanístico da cidade", nomeadamente pelas "opções estéticas dissonantes em relação à época".
Os vestígios da Judiaria do Porto foram também classificados, depois de considerados "suficientemente representativos de um Hêkhal", "armário litúrgico que albergava os textos sagrados e constituía a parcela de maior alcance simbólico do espaço religioso judaico".
A este balanço de 2012 somam-se ainda mais de uma dezena de propostas de classificação feitas pela DGPC à Secretaria de Estado da Cultura.
A intenção é classificar a Ponte da Arrábida e as igrejas do Carmo e das Carmelitas (situadas junto às esplanadas da Praça Parada Leitão, em 2011 receberam ordem de demolição e desde janeiro estão sem licença camarária) como Monumentos Nacionais.
A DGPC sugeriu a classificação como Monumentos de Interesse Público do Quartel de Santo Ovídio, da Igreja e Cemitério da Lapa, da Casa e Quinta de Bonjóia, das Faculdades de Economia e de Belas Artes da Universidade do Porto, do Edifício Parnaso (Cedofeita), do Bloco de Costa Cabral (Paranhos) e do antigo Colégio dos Maristas, um palacete do século XIX da Avenida da Boavista onde atualmente está instalado o BES.
A instituição decidiu ainda fixar a zona especial de proteção da Casa Manoel de Oliveira, onde o cineasta viveu durante 42 anos (entre 1940 e 1982) e que está em "vias de classificação" como Imóvel de Interesse Público.
Para a Foz Velha, onde se incluem o chafariz, o quiosque do jardim e um conjunto de imóveis da rua do Passeio Alegre, bem como dois obeliscos, o Forte de S. João Batista, e a torre, farol e capela de São Miguel o Anjo, a proposta é a sua classificação como Conjunto de Interesse Público.
Em 2012, o Igespar decidiu reabrir o processo de classificação do Depósito de Materiais da Fábrica das Devesas no Porto, arquivado em outubro de 2011, devido ao "valor arquitetónico, artístico e patrimonial do imóvel" da Rua José Falcão, que constitui um "exemplar notável da arquitetura revivalista neo-árabe de início do século XX".