O Coliseu Porto Ageas celebra a chegada do Natal com o regresso de uma nova versão do circo, afastando-se das atuações que arriscam a gravidade, para explorar os sonhos de um avô.
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Quando as pipocas estão caramelizadas e o algodão-doce se transforma em nuvens, é sinal que o circo chegou à cidade. Como dita a tradição, o Coliseu Porto Ageas volta a acolher uma série de sessões especiais do seu emblemático Circo de Natal, presença obrigatória desde 1941 na programação artística da mais emblemática sala de espetáculos da Invicta.
Este ano, o Coliseu ousou mexer na fórmula de sempre, sem, contudo, desvirtuar a essência familiar. Por isso, foi lançado o desafio a Gonçalo M. Tavares para escrever uma história de circo, algo que o próprio nunca fez até agora. O vencedor do Prémio Literário José Saramago aceitou a aventura, embarcando numa viagem onírica de homenagem à memória. Fê-lo através do amor de um neto pelo avô.
Assim começa a história. O João, agora adulto, no seu fato verde de veludo, entra em palco para falar às famílias sobre os sonhos do seu avô, de que tanto gostava quando era pequeno e com quem tanto aprendeu.
João interage com o público, contando histórias de personagens que o seu avô conhecia. O conceito construído em redor da narrativa serviu para introduzir as diferentes atuações, sendo utilizado como o elo que une cada elemento do espetáculo.
Exemplo de tal é como o circo se cruza com outras áreas das artes performativas. Viu-se tal na atuação do tecido acrobático e mastro chinês, onde a dança contemporânea juntou as duas disciplinas, complementando-se entre si.
Estes números foram possíveis pelo acompanhamento da música original pela autoria de Alexandre Soares, em que as melodias se espalharam pelo Coliseu como uma parte integrante de todo o espetáculo e harmonizando as diferentes atuações.
A tradição de manter o círculo no centro do Coliseu manteve-se. Diferentes dos outros anos, as atuações que desafiam a gravidade foram reduzidas. Agora toda a ação se passa no centro do círculo ou perto do público.
O palco é complementado por projeções, divididas em dois ecrãs que se encontram no fundo do palco, onde, através da tecnologia de hologramas, o público pode assistir a vídeos criados para as atuações. Em parte, estas projeções, da autoria de Luís Porto, são repetidas várias vezes ao longo de todo o espetáculo e secundárias às atuações.
Os bilhetes para este espetáculo de uma hora e meia estão disponíveis entre os 9 e 20 euros. Até quinta-feira, as sessões estão reservadas a empresas e grupos, abrindo para o público em geral a partir do dia 15 e até 7 de janeiro.