Câmara triplica investimento e dá 650 mil euros. Recinto aumenta mais seis hectares. Cartaz cresce para 76 artistas e vai durar quatro dias, de 7 a 10 de junho.
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O Festival Primavera Sound Porto, formato importado de Barcelona e que este ano - 7 a 10 de junho, no Parque da Cidade - festeja 10 edições, vai crescer em vários sentidos. Desde logo o literal: o recinto foi reconfigurado e, mantendo os cinco palcos, alguns com atuações simultâneas, aumentará em seis hectares.
O "objetivo máximo", como lhe chamou o diretor artístico José Barreiro, na conferência de imprensa de apresentação, esta terça-feira, "é agora chegar a 45 mil espectadores" (em 2022 foram 35 mil), um "crescimento sustentado" que quer "atrair mais estrangeiros" - espanhóis, ingleses, italianos e alemães são os que mais frequentam, depois dos portugueses, o Primavera Porto.
Mas o mercado estrangeiro com maior poder de dilatação ainda estará a começar: é o dos EUA. "Em 2022 já cá tivemos mil norte-americanos, é um mercado muito ávido", diz Barreiro, apontando que "o mercado português não é suficiente".
O orçamento também se expande - é agora de 13 milhões de euros -, dilatando-se igualmente o investimento da Câmara do Porto, que triplica em apoio numerário direto, passando de 200 mil euros para 650 mil euros.
A extensão apanha ainda os dias do festival, que passa de três para quatro dias. O cartaz é igualmente o maior de sempre, com 76 artistas - os nomes maiores são New Order, Kendrick Lamar, Blur, Pet Shop Boys, Baby Keem, Rosalía, Sparks, The Mars Volta, Darkside, St. Vincent, NxWorries, Halsey, Bad Religion, Yves Tumor, Pusha T ou Alison Goldfrapp, que substitui FKA Twigs, que cancelou.
"O Parque é uma joia", diz Rui Moreira
"É o cartaz mais ambicioso que fizemos em 10 anos, é profundo e transversal", disse o diretor do Primavera Sound Barcelona, Alfonso Lanza, sublinhando que este ano a divisão masculino/feminino é paritária.
"Temos a a certeza de que o Primavera Porto vai ser este ano ainda melhor", disse o autarca Rui Moreira, que teve lugar central na sessão de apresentação, na Casa do Roseiral, garantindo que "o Parque da Cidade, que é uma autêntica joia, está preparado para este crescimento sustentável".
Moreira aproveitou ainda a ocasião para lançar farpas às agências publicitárias por se concentrarem em Lisboa, esquecendo-se que alguns dos consumidores dos seus produtos também vivem no Porto.
"Verificamos que no sul os festivais conseguem concentrar os apoios das marcas e um festival como este tem uma enorme dificuldade, por isso, eu chamo à atenção da indústria nortenha que trabalha com essas agências que, de vez em quando, é preciso alertar que alguns dos consumidores dos seus produtos também vivem cá", frisou o autarca.
O passe geral para os quatro dias do Primavera, que deixou cair o patrocínio da operadora Nos, custa agora 170 euros, com opção de passe VIP por 250 euros. Os bilhetes individuais para um dia ficam por 70 euros.