Maior festival do Norte é já de quinta a sábado. Diretor José Barreiro quer ano de tranquilidade... e sem chuva.
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A contagem descrecente já começou: faltam quatro dias para o Festival Primavera Sound Porto - quinta, sexta e sábado, no Parque da Cidade - mas para a organização, a carga da Pic Nic, de José Barreiro, a preparação já dura há muitos, muitos dias, ou melhor: dura todo o ano.
“O processo de seleção é muito moroso, ainda não começámos a edição de 2024 e já estamos a fechar a edição de 2025”, confessa ao JN José Barreiro, diretor e fundador do Primavera Sound Porto.
Cada cartaz é construído “com um apanhado do que falhámos no passado para construir o futuro. O ADN do Primavera é sobretudo de multiculturalidade. Cada festival é uma mostra da música atual com influências da memória. Este ano temos Pulp, para o ano teremos outros Pulp com estreias e apostas novas”, diz o responsável.
São estes os seus favoritos deste ano, num cartaz de 68 artistas a distribuir por quatro palcos - há passado, presente e futuro: SZA, Mistski, PJ Harvey, Pulp, The National, Royel Otis, Ethel Cain, Amyl And The Sniffers, Eartheater, Mannequin Pussy.
Sem depressões, por favor
Nesta construção há um guião, diz Barreiro: “Temos um booking em Barcelona, estamos no Porto há 11 edições, há um seleção prévia e tentamos contratar o máximo e o melhor possível com o nosso orçamento. Barcelona e Porto são cada vez mais gémeos”, detalha.
José Barreiro considera-se vítima de perseguição meteorológica: “Ao fim de 12 anos, estamos preparados para tudo, já levámos com o Óscar, já levámos com o Miguel e todas as depressões que podem aparecer coincidentemente no fim de semana do Primavera Sound”, conta, a relembrar a intempérie de 2023 - em três dos quatro dias, choveu que deus a deu! Mas, “já merecemos um ano de tranquilidade e merecemos que o público saia de sorriso na cara e não de carapuço na cabeça”.
Sexta já esgotou
Além disso quer manter o formato que foi instituído o ano passado, e provar que este resulta. “Conseguimos albergar muito mais pessoas no novo palco principal com este formato, do que conseguíamos albergar antes”, explica.
As diferenças este ano são a saída do Palco Beats, dedicado à música eletrónica, passando a existir quatro palcos.
E as vendas? “O dia de Lana del Rey, sexta, está completamente esgotado; os outros dias estão também quase esgotados. Sim, o público continua a responder muito positivamente”, conclui o diretor.