
Fortemente políticos, Fontaines DC são aguardados por muitos
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Primavera Sound arranca hoje no Porto com a estreia de Charli XCX.
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Diversidade de estilos, paridade de géneros e audiência global. São os traços com que se desenha a edição 2025 do Primavera Sound Porto, que se realiza entre hoje e domingo no Parque da Cidade. Serão 51 concertos nos primeiros três dias, completando-se o cartaz, na última jornada, com sessões de DJ entre as 15 e as 23 horas. Uma maratona de nomes refulgentes como Charli XCX (em estrondosa estreia no país), Fontaines DC, Deftones ou Central Cee, e de promessas crepitantes como The Dare, Glass Beams ou Been Stellar.
Aguardam-se 35 mil pessoas por dia, segundo o diretor, José Barreiro. Mas há ainda bilhetes diários e passes gerais disponíveis. “O único dia que esgotou, em 2024, foi quando atuou Lana Del Rey”, informa o responsável, que ainda assim prevê mais uma edição de sucesso. As novidades do recinto resumem-se à mudança de estrutura no Palco Porto – um reforço que visa “minimizar a possibilidade de haver azares”, diz Barreiro. De resto, mantém-se o figurino: quatro palcos, ampla zona de restauração e WC disseminados pelo recinto.
Para vários públicos
Quanto ao cartaz, é mais “uma proposta eclética, pensada para chegar a vários públicos”, diz o diretor, que adianta ao JN quais os nomes que o farão parar de trabalhar quando subirem ao palco. “Entre os principais, a grande expectativa vai para a Charli XCX, que partiu tudo no concerto do Primavera Sound Barcelona. É uma cantora que está no auge.” Atua já hoje, perto da meia noite, e deverá percorrer boa parte do aclamadíssimo “Brat” (2024).
Quanto às promessas, Barreiro elege a eletrónica punk de The Dare (conhecido anteriormente como Turtlenecked), que se estreou no ano passado com “What’s wrong with New York?”; e os Been Stellar, por “representarem uma nova vaga do indie rock”. Vêm de Nova Iorque e talvez possam responder à pergunta de The Dare. Já no plano das memórias pessoais, o diretor exulta – e exultamos nós – com a possibilidade de rever TV on the Radio, banda liderada por Tunde Adebimpe que não edita desde 2014. Nem precisa. Há legado suficiente de rock exploratório em “Return to cookie mountain” (2006) e “Dear science” (2008).
“Cada um faz o seu festival”, conclui o diretor. E é mesmo necessário estabelecer um guião para os próximos dias, dada a quantidade e sobreposição de concertos. Ainda assim, seria lastimável perder números como Fontaines DC, Parcels, Michael Kiwanuka, Anohni and The Johnsons, Jamie XX ou A Garota Não – uma voz nacional para agitar consciências.
