Os concertos da edição comemorativa dos 30 anos arrancaram esta quarta-feira em Paredes de Coura, mas já antes disso os protagonistas eram os festivaleiros. Há quem tenha vindo acampar dois, três e quatro dias antes.
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A zona de campismo abriu oficialmente no passado sábado, 12 de agosto, mas já antes disso há quem tenha feito questão de escolher o melhor lugar nas margens do rio Coura – a prática é comum, mas ainda assim desaconselhada pela organização. Estava o mês de agosto a abrir e João Matias e Mónica Oliveira, naturais do Porto, fizeram a viagem de mais de uma hora de carro até à vila de Paredes de Coura. Almoçaram e passearam, mas o objetivo não foi terem um dia de passeio. Na verdade, vieram, de mala carregada, a pensar no evento que só aconteceria dali a cerca de duas semanas. O Vodafone Paredes de Coura.
O cenário à chegada do recinto do festival, segundo o casal, era, à altura, “ainda calmo”, mas “já havia alguns grupos a ter a mesma ideia”. A ideia? Guardar o espaço mais relvado, à sombra e mais próximo dos serviços como lavagem de loiça e casas de banho. Eram estes os critérios de João e Mónica, para os quais o esforço de uma viagem propositada valeu a pena. Regressaram esta terça-feira ao recinto. “A tenda que deixamos estava intacta e no exato sítio onde a deixamos.”
Mas nem todos os festivaleiros de Coura puderam (ou quiseram) chegar antecipadamente. Esta quarta-feira, por volta do almoço, ainda eram alguns os grupos de amigos e casais que vagueavam para trás e para a frente à procura de conhecidos que já lá estavam ou simplesmente a procurar o espaço onde se poderiam encaixar. Na verdade, ainda havia muito. A zona de campismo mostra-se, à abertura oficial do festival, timidamente ocupado, ainda com diversos clarões de relva por ocupar.
As tarefas não abrandam
E ainda que Paredes de Coura seja sinónimo de mergulhos no rio Coura – e, consequentemente, de insufláveis, saltos e biquínis – era muito mais do que água que esta tarde ocupava os festivaleiros. Antes do primeiro concerto arrancar, às 17 horas, havia ainda quem se ocupasse das lides diárias que um acampamento requer. Panelas para aqui, colchões para ali, guarda-sóis e tendas a ser erguidos.
O campismo é pautado pelos típicos tons verdes, azuis e beges das tendas (quase todas da mesma marca). O que as circunda também não difere muito de grupo para grupo. Mesas de plástico, toalhas, sacos cama. E comida. E cerveja. Quanto a entretenimentos, denuncia-os as músicas de ambiente que vão soando aqui e acolá. Os ukulele são comuns, mas também há violas, flautas e instrumentos menos convencionais – diga-o o rapaz que esta tarde passeava à beira rio uma espécie de violino eletrónico.
Que o diga Guilherme Tavares, de 26 anos, chegou ontem, juntamente com mais seis amigos. O conjunto de cinco tendas que ocupam demorou “cerca de quatro horas a erguer”, “horas duras e de muito trabalho”. Encontrámo-los esta quarta-feira ainda em preparativos de campismo. Mais um colchão para encher, as mochilas para arrumar. Hoje, diferente dos dias que se seguirão, planeiam, não há loiça para lavar – preferiram ir almoçar à vila para mostrar aos estreantes no Festival Paredes de Coura. O plano, antes de relva e bebida, “é dar um mergulho em família”.
O acesso ao parque de campismo é gratuito para todos os portadores de passe geral e está reservado ao público do festival. O bilhete diário dá igualmente acesso ao campismo, dentro do horário definido. A organização alerta os campistas para que cumpram o “manual de boas práticas”, pedindo que o ambiente e os restantes festivaleiros sejam respeitados.