Cinema Trindade mostra em antestreia esta segunda-feira o drama da mulher que casou com Elvis mas que continuou a vida toda à espera dele.
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“Quem não teve já uma experiência intensa - apaixonar-se perdidamente, por exemplo - e anos depois olhou para trás e sentiu que aquilo tinha acontecido a uma pessoa diferente, uma pessoa que passou por um sonho e sobreviveu, mas que era necessário passar por isso para ser a pessoa que estava destinada a ser?", pergunta o crítico da revista “Time”. E responde: "É esse sentimento que Sofia Coppola captura no seu silenciosamente extraordinário ‘Priscilla’”.
O novo drama da filha de Francis Ford Coppola estreia nos cinema portugueses no dia 7 de março, mas passa já esta segunda-feira ( 21.30 horas) em antestreia especial no programa do sétimo aniversário do Cinema Trindade, no Porto. Haverá uma só sessão; os bilhetes custam sete euros (cinco euros para portadores do cartão Tripass).
Biografia das trevas etéreas da mulher que casou com Elvis Presley (de 1967 a 1973), “Priscilla”, não é uma história de estrelas, de centelhas ou de rock; é uma panorâmica apontada a um céu de chumbo que só lhe devolve mudez.
Aqui, Elvis (Jacob Elordi) é o vilão que seduz Priscilla (Cailee Spaeny) quando ela era ainda menor e que a vai manter no cativeiro vicioso da sua ausência, como se lhe burlasse a alma, como se no reverso de uma bela não houvesse sempre um monstro.
Conto de fadas fúnebre sobre a mulher que esperou uma vida inteira na sua casa descoroçoada que a estrela do seu coração chegasse e ficasse e lhe desse o amor que nunca lhe deu, este é um filme de fantasmas onde bailam unicamente estilhaços, mágoa e desilusão, e talvez seja, e isso não será pouco, o melhor filme de Sofia desde “Lost in translation”, ainda a sua obra maior, realizada há já 21 anos.