O melhor do primeiro dia do festival Marés Vivas estava guardado para o fim. A entrada em cena dos Prodigy, pouco depois da 1 hora, não deixou ninguém indiferente.
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"Breathe" foi o violento pontapé de saída para uma atuação curta mas muito, muito intensa. O "cyberpunk" ritmado da banda conseguiu por quase todo público a mexer e, à frente do palco, a "mosh" quase não parou.
Com uma guitarra, uma bateria, muita distorção eletrónica e a presença imponente de Maxim e Keith na boca do palco, os britânicos foram o ponto alto do primeiro dia do Marés Vivas. "E Firestarter" até teve direito a uma tocha de fumo vermelho. Com o Cabedelo já envolto em nevoeiro, a poderosa "Smack my bitch up" marcou o princípio do fim do concerto que durou pouco menos de um hora e meia e acabou com "Their law". Os Prodigy deixaram a fasquia bem alta para os dois restantes dias do festival.
Uma mistura de reggae, metal alternativo e hardcore punk abriu o palco principal do festival.Seguiu-se o cocktail de "dubstep" servido pelos Modstep e os clássicos dos Xutos e Pontapés.
Foram os galeses Skindred que começaram a concentrar o público que se deslocou esta quinta-feira à praia do Cabedelo e que até então andou disperso pelo recinto do festival.
Saída dos antigos Dub War, que inauguraram o Hard Club de Gaia em 1997, a banda surgiu, desta vez, à luz do por do sol. Apesar de terem surpreendido muitos com os seus ritmos mais pesados, também deixaram à mostra que tinham poucos mas bons fãs que acompanharam o extravagante vocalista em muitos das músicas.
O recinto ainda estava a menos de metade da capacidade, mas o grupo conseguiu gerar uma pequena mosh à frente do palco e pôs muitos a saltar com intensidade. Entraram com a marcha imperial da Guerra das Estrelas e, 45 minutos depois, saíram ao som de "The Spy who loved me", do filme do James Bond.
Os Modstep entraram em palco às 21.35 horas. Eletrónica com distorção, samples, batidas quebradas e solos de guitarra foram os ingredientes de um cocktail de "dubstep" que aqueceu os ânimos nas margens do rio Douro.
O recinto já estava bem composto quando, às 23 horas, os Xutos & Pontapés subiram ao palco. Os "dinossauros" do rock nacional começaram com alguma calma, mas à quarta música entraram numa sequência de clássicos ("Contentores", "Ai se ele cai", "Não sou o único" e "Circo de feras") que animaram o público e despertaram o vocalista dentro de cada um.
As coisas voltaram a acalmar um pouco, mas as emoções rapidamente voltaram a aumentar com o contributo de Kalu no "Dia de S. Receber" e, depois, com "Chuva Dissolvente" e "À minha maneira". "Maria" e "A minha casinha" a fechar foram alguns dos pontos altos de um concerto que, no geral, acabou por ser um pouco morno.
Passava pouco das 17 horas, quando os primeiros festivaleiros receberam as pulseiras amarelas e entraram no recinto no Cabedelo.
Os primeiros a entrar, às 17 horas em ponto, foram uma equipa de quatro inspetores da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica. Segundo o JN apurou junto dos agentes, estavam a cumprir uma "inspeção de rotina".
No palco secundário, a bateria poderosa dos The Lazy Fairhful marcou os primeiros ritmos do festival, ainda com uma afluência de público reduzida.
Seguiu-se o indie psicadélico dos Capitão Fausto. Instrumentalmente muito coesos e com vários trechos a apelar ao jam, encaixaram bem como a banda sonora do maravilhoso por do sol que se começava a preparar na foz do Douro.