Ativistas e associações de defesa dos Direitos Humanos e minorias sexuais manifestam-se, ao início da noite desta quarta-feira, contra a realização do concerto do rapper jamaicano Sizzla no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.
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Os manifestantes acusam o cantor de difundir ódio e violência contra homossexuais - motivo pelo qual foi banido de outros países europeus. Mas, por cá, tem o apoio da RDP África.
O protesto, que se repete amanhã a partir das 19.30 horas, pretende que a administração do Coliseu dos Recreios, liderada pela família Covões, não ceda o espaço para o espetáculo de Sizzla. O concerto está agendado para amanhã, às 23.45 horas, após a promotora JAH Live ter alugado o local para esse efeito.
O JN sabe que, tendo em conta a grande dimensão do Coliseu, uma sala será adaptada para receber as poucas mais de duas centenas de pessoas, que compraram uma entrada.
Segundo Paulo Jorge Vieira, um dos manifestantes e vice-presidente da associação "Não te Prives", é incompreensível que se esteja a incentivar a violação do "artigo 13 da Constituição Portuguesa, que consagra a não-descriminação por orientação".
"As letras das músicas deste cantor fazem um apelo à violência homofóbica, é um discurso de apelo ao ódio. Enquanto cidadão e ativista é inaceitável para mim que este tipo de discurso tenha espaço na esfera publica nacional", disse, ao JN.
Os promotores do espetáculo já garantiram que o cantor se comprometeu a não veicular um discurso homofóbico em cima do palco.
O concerto estava marcado para a Sala TMN ao Vivo, no Armazém F, mas quer a operadora móvel, quer os proprietários do espaço afastaram-se da polémica no mesmo dia em que os quatro concertos em Espanha e o de Estocolmo (Suécia) foram cancelados.