Os Prémios Pulitzer distinguiram, esta segunda-feira, os jornalistas ucranianos com um prémio especial, pela sua cobertura desde o início da invasão russa da Ucrânia.
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Marjorie Miller, a responsável pelos prémios que distinguem o jornalismo, as artes e as letras nos Estados Unidos, salientou a "coragem, resistência e compromisso com informações verdadeiras" durante o conflito e perante a "guerra da propaganda" lançada pela Rússia.
"Apesar dos bombardeamentos, sequestros, ocupação e até mortes nas suas fileiras, [os jornalistas] persistiram nos seus esforços para oferecer uma imagem precisa de uma realidade terrível", realçou Marjorie Miller ao anunciar este prémio especial.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Já o "Washington Post" ganhou o Prémio Pulitzer do jornalismo de serviço público pela sua cobertura da invasão ao Capitólio dos EUA, ocorrida em 6 de janeiro de 2021.
Num ano agitado, marcado pelo fim da guerra mais longa dos Estados Unidos, no Afeganistão, foi destacado o ataque à democracia em solo norte-americano, quando apoiantes de Donald Trump tentaram impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.
A extensa reportagem do Post, publicada através de uma sofisticada série interativa, encontrou vários problemas e falhas nos sistemas políticos e de segurança, antes e depois do motim.
O ataque ao Capitólio também resultou num prémio para a Getty Images, que conquistou um dos dois prémios destinados a fotografias de notícias de última hora.
Os Prémios Pulitzer, administrados pela Universidade de Columbia e considerados os mais prestigiados do jornalismo norte-americano, reconhecem trabalhos em 15 categorias de jornalismo e sete categorias de artes.
O "Tampa Bay Times" ganhou o prémio de reportagem de investigação, com o trabalho "Poisoned", que produziu uma análise aprofundada a uma fábrica de chumbo poluente.
O "Miami Herald" conquistou o prémio de notícias de última hora pelo seu trabalho na cobertura no acidente mortal da torre do condomínio Surfside, enquanto a "The Better Government Association" e o "Chicago Tribune" ganharam o prémio de reportagem local pelo trabalho "Deadly Fires, Broken Promises", sobre a falta de aplicação das normas de segurança contra incêndios.