Dora Palma, responsável pela sustentabilidade e ação social do festival, revela ao JN as novidades deste ano. Parque Tejo acolhe o certame nos fins de semana de 15 e 16 e 22 e 23 de junho.
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Bebedouros de água espalhados pelo recinto, aposta em shuttles e na mobilidade, ilhas de WC não binárias, formação de seguranças no acolhimento à diversidade, plantação de árvores na Amazónia.
Como se consegue fazer um festival de quatro dias com a menor pegada possível no ambiente e com um impacto positivo na sociedade? “Com uma grande noção de responsabilidade”, diz ao JN Dora Palma, produtora responsável pela sustentabilidade e ação social do Rock in Rio Lisboa.
O festival bienal regressa nos fins de semana de 15 e 16 e 22 e 23 de junho, estreando novo local no Parque Tejo, na capital. Os cabeças de cartaz são Scorpions, Ed Sheeran, Jonas Brothers, Doja Cat, James, Europe e Ornatos Violeta, entre outros.
“Mais de metade da pegada carbónica do festival está associada à deslocação do público”, continua Dora Palma. “Porque às vezes a dimensão pode assustar”, a equipa leva à letra o mote “Por um mundo melhor”. E os resultados conseguem-se “assumindo as responsabilidades do que são os impactos menos bons e potenciando os positivos”, diz a responsável.
Como? Dando visibilidade a associações, causas e temas “que muitas vezes não têm megafone”, impondo medidas para reduzir os impactos.
Festival é pioneiro
Desde a sua génese, no Brasil, em 1985, o Rock in Rio “já nasceu com este cariz social”, frisa Dora Palma. O objetivo era, e é, apostar em mudanças na sociedade, e logo em 2001 tudo se conjugou em Lisboa.
Desde então são regulares as parcerias com organizações, apostas “macro e micro” nas questões sociais e ambientas. “Fomos o primeiro grande evento a compensar a pegada carbónica em 2006”, confirma Dora Palma.
Público também pode ajudar
Atualmente, medidas simples como copos reutilizáveis ou ações de cariz social cruzam-se. “Queremos que Rock in Rio seja para todos”, adianta, e dá exemplos: em 2024, há WC não binários, uma sala sensorial para pessoas no espetro do autismo descansarem. Mais: os seguranças terão formação no acolhimento à diversidade e a promotora vai contratar seniores ativos.
O público também pode ajudar: usando transporte público, copos reutilizáveis, participando “no acolhimento”. Depois, o festival calcula a pegada carbónica e compensa com a plantação de árvores – na Amazónia são já milhões – e aquisição de créditos associados a indústrias “em transformação, para mais verdes”, conclui.