As "Quintas de Leitura" chegam nesta quinta-feira, dia 22, à edição número 200. Um número redondo que vai ser assinalado com uma sessão dedicada a Valter Hugo Mãe, intitulada "Anda a gente a criar um filho para isto".
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Os percursos das "Quintas de Leitura" e de Valter Hugo Mãe cruzam-se praticamente desde o início do ciclo de poesia organizado pela Câmara do Porto desde 2011. Dir-se-ia que cresceram juntos. No início dos anos 2000, quando Valter Hugo Mãe era ainda o jovem poeta/editor da Quasi e as "Quintas" começavam a trilhar o seu percurso de êxito.
Um triunfo que o programador João Gesta, ao leme quase desde o início, atribui "à prudência". "Soubemos ir fidelizando o público com calma, Só passámos do café-teatro para o auditório quando sentimos que havia condições muito sólidas para tal", regozija-se Gesta, particularmente contente com o facto de "pela primeira vez em muitos anos" a média etária dos espectadores ter baixado. "Os filhos cujos pais assistiam às sessões há 15 e mais anos são agora uma boa parte do nosso público".
Nas nove anteriores passagens pelo ciclo, Valter Hugo Mãe foi protagonista dos mais variados episódios: ora emotivos, ora hilariantes. Na anterior, foi surpreendido por uma noiva que lhe pediu em casamento à frente de toda a gente.
"Quisemos que as 200 sessões não fossem a única data festiva. Por isso, tudo fizemos para que também fosse a décima participação do Valter, o autor que mais vezes entrou no ciclo", aclara.
Desta feita, o poeta terá uma verdadeira comitiva artística ao longo da sessão: a "voz encantatória" de Márcia "para restaurar o assombro e a inocência", as subtilezas do projeto Tomara e a habitual eficiência nas leituras de Filipa Leal e Pedro Lamares. Mas há mais para ver.
À conversa entre o autor e a jornalista Maria João Costa há que somar ainda a versão de Nina Simone feita por Ricardo Januário, uma interpretação de Bach pela violinista Iánina e um número em mastro chinês por João Paulo dos Santos, aclamado artista de novo circo que reside em Paris.