Metade dos reclusos do Estabelecimento Prisional de Guimarães vão escrever as "novas memórias do cárcere". Os 25 homens detidos vão redigir a sua própria história inspirados na obra "Memórias do Cárcere", de Camilo Castelo Branco.
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A iniciativa, no âmbito da Capital Europeia da Cultura (CEC) Guimarães 2012, vai prolongar-se por oito meses, durante os quais os detidos ouvirão excertos da obra do romancista que morreu em Seide, Famalicão, lidos por figuras públicas, e terão formação em escrita criativa com Miguel Horta. "O objetivo do projeto é dar um sinal claro que a CEC é inclusiva, onde todos podem participar, mesmo os que, em algum momento da vida, têm menor visibilidade pública", disse João Serra, presidente da Fundação Cidade de Guimarães.
Criado pela Câmara de Famalicão e pela Casa de Camilo, o projeto engloba ainda a visita à Cadeia da Relação, no Porto, onde Camilo Castelo Branco escreveu as "Memórias do Cárcere" há 150 anos.
"Os reclusos estão entusiasmados e a preparar-se para começar o projeto", adiantou José Alves, diretor do Estabelecimento Prisional de Guimarães. A colectânea de histórias será compilada num livro a lançar em Outubro.