Em setembro e outubro há dezenas de espetáculos pelo país. Aumento do número de estudantes de flamenco parece ser determinante, diz especialista.
Corpo do artigo
Setembro e outubro estão pejados de espetáculos de flamenco em vários pontos do país. Niña Pastori, Estrella Morente, Rocío Molina ou Joaquín Cortés são alguns dos nomes que regressam a Portugal. Pedro Sá Pereira, empresário que trabalha há 27 anos na promoção de eventos ibéricos e está na preparação do festival Portuñol, em junho de 2026, confirma o boom - e aponta dois fatores: a dinâmica das viagens e o conhecimento.
"Hoje em dia as pessoas viajam muito mais para cidades espanholas, não só na Andaluzia, mas outras, e há muito mais estudantes de flamenco. Ao terem este conhecimento, têm naturalmente mais interesse". E conta como anedota: "Na abertura da discoteca La Movida, no Porto, tivemos de ir buscar artistas a Vigo, porque não havia ninguém. Anos mais tarde, quando em 2001 abri o restaurante Don Juan, em Leça da Palmeira, com espetáculos de flamenco semanais, vinha o Jorge Marín, de Lisboa, com as suas bailarinas todas as semanas". Muito diferente do que sucede atualmente: "Hoje há muito mais procura, não só pela arte, mas também pela diversão. Há muito mais alunos, muito mais artistas e, portanto, o público cresce. Há uma procura muito maior, o que provoca que haja uma oferta natural", conta Pedro Sá Pereira.