O cineasta Manoel de Oliveira "é um homem que fez muito por Portugal" e que os portugueses reconhecem pelo que "foi e continuará a ser através do seu trabalho", lembrou, esta quinta-feira, o neto Ricardo Trêpa.
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"Os portugueses sabem a pessoa que o meu avô é, foi e continuará a ser através do seu trabalho. É um homem que fez muito por Portugal", disse o também ator, que trabalhou diversas vezes com Manoel de Oliveira.
Ricardo Trêpa assinalou como esta "é uma altura muito difícil para a família" e como Manoel de Oliveira "deixa uma grande saudade como um grande homem, um grande cineasta, um grande avô, um grande pai e um grande bisavô".
"E é com uma profunda dor que nos despedimos hoje dele", acrescentou, lembrando que "o Manoel teve uma grande vida, pôde fazer todos os filmes que quis, ou quase todos [e] conseguiu filmar até aos 106 anos, porque há 15 dias esteve num último trabalho".
Ricardo Trêpa destacou que o cineasta "conseguiu ser aquilo que sempre quis, que foi um grande cineasta até ao fim".
O velório começou às 18 horas no salão do Convento dos Padres Dominicanos, junto à igreja de Cristo Rei e, para além da família, estiveram presentes o presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, o vereador da cultura Paulo Cunha e Silva e o antigo presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Carvalho Guerra.
Também o arquiteto Siza Vieira quis prestar homenagem ao cineasta e, à entrada, disse apenas aos jornalistas que Manoel de Oliveira era "um grande homem, português e universal".
O funeral do cineasta Manoel de Oliveira, que morreu hoje aos 106 anos, realiza-se sexta-feira, às 15:00, na igreja de Cristo Rei, Porto.
Depois das 9.30 horas de sexta-feira, o corpo do cineasta passará para a igreja de Cristo Rei, onde às 15 horas decorre o funeral, seguindo depois para o cemitério de Agramonte.
Segundo informação dada à agência Lusa, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, estará presente nas cerimónias fúnebres.
O realizador português Manoel de Oliveira morreu, esta quinta-feira, aos 106 anos, em sua casa, no Porto.
Manoel Cândido Pinto de Oliveira, nascido a 11 de dezembro de 1908, no Porto, era o mais velho realizador do mundo em atividade.
O último filme do cineasta foi a curta-metragem "O velho do Restelo", "uma reflexão sobre a Humanidade", estreada em dezembro passado, por ocasião do seu 106.º aniversário.