Duas guitarras, um baixo e uma bateria: esta banda é uma lenda por estes lados.
Corpo do artigo
Caldas das Taipas é, das nove vilas do concelho de Guimarães, a que tem uma cena rock mais desenvolvida. Tem público e artistas e concertos de fazer inveja a muitas terras maiores. Os Smartini são os representantes mais resistentes - a banda foi formada em 2002 - e os que chegaram aos palcos mais conhecidos. Entretanto, há gente mais nova, como os Gaspea, a fazer boa música.
A fama de que vinham investidos os Smartini revelou-se, não só na quantidade de gente que se apertou mais para junto das grades que separavam o público do palco, como também no facto de haver na multidão gente que conhecia as letras e ia cantarolando. Mas o que faz vibrar a malta, quando os Smartini atuam, não são tanto as letras, mas sim os riffs de guitarra. João Paulo Duarte, o guitarrista do grupo, dá um show muito próprio quando se trata de tocar a solo. Atira-se à guitarra com uma intensidade tão devastadora que por vezes a luta continua no chão e a malta que é do rock vibra com quem trata o instrumento assim.
“Ricardo vai em frente, está aqui a tua gente”, atira um grupo, em uníssono, ao baixista dos Smartini que é atualmente líder da concelhia do PS e concorre para novo mandato, podendo tornar-se no putativo candidato do partido à Câmara Municipal. Fleumático, o político, esta noite, encarna outro personagem e continua a marcar o ritmo.
Sangue novo
Os Gaspea que estiveram no palco do festival “antes dos velhinhos Smartini”, assumem-se como herdeiros desta cena rock taipense que vem de longe. O single de estreia desta banda com gente dos 18 aos 23 anos, “Ser quem sou”, foi gravado no âmbito do Programa de Bandas Residentes da Escola do Rock Paredes de Coura 2019, foi produzido, misturado e masterizado por Manuel dos Reis.
Prova que o rock é parte importante da cena cultural à volta de Caldas das Taipas é que, além do Festival de Rock que Acontece Perto das Margens do Rio Febras, há uma série de outros eventos do mesmo género: Banhos Velhos; São Pedro Não Dorme; Rock in Barco.
Depois de acabar o rock, já no domingo, lá para as duas da madrugada, a animação ficou a cargo das Crocky Girls. A partir daqui, foi techno para manter a malta a saltar, “até a GNR chegar”. Nas bancas e barraquinhas, já se lavava mais loiça do que se serviam febras, contudo, a cerveja continuava a rolar.