O primeiro dia do festival de Lisboa esgotou com milhares a assistir religiosamente aos concertos de destaque, desde Xutos & Pontapés a Evanescence, passando pelos Extreme, do açoriano Nuno Bettencourt.
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É caso para dizer “let’s rock n’ roll!”. E a frase foi das mais repetidas, este sábado, no primeiro dia do 10.º festival Rock in Rio Lisboa. Um dia esgotado em que os concertos foram dedicados ao rock e às suas ramificações de distinta força e gravidade, mas sempre com nomes pesados como Evanescence, Extreme, Xutos ou Scorpions – estes tinham atuação agendada já para lá das 22.30 horas –, levando milhares de pessoas a descobrir o novo recinto do Parque Tejo.
Sob o sol do início da tarde, Xutos & Pontapés arrancaram os concertos no Palco Mundo com boa disposição ao som de clássicos como “A minha casinha”, “Ai se ele cai” e “Contentores”. Mas desta vez com o palco mais cheio: a atuação contou com a reconhecida Orquestra Filarmónica Portuguesa. Entre flautas, violinos e harpa, o conjunto trouxe nova sonoridade às canções que marcam gerações de filhos e pais.
A banda, que esteve há 20 anos no cartaz do 1.º festival no Parque da Bela Vista – e em todas as edições subsequentes – acabou por estrear a nova Cidade do Rock, na zona norte do Parque das Nações.
“Estávamos à espera de meia dúzia de casais. Afinal, vieram mais. Está um mar de gente”, confessou o vocalista Tim, ao microfone, surpreendido com a energia do público.
"Vamos partir tudo!"
Embora o recinto seja maior, a organização manteve a lotação nas 80 mil pessoas. Ainda assim, já mais para o final da tarde, tornava-se cada vez mais difícil saltar de palco em palco.
“Olha do que nós nos livrámos”, comentava um festivaleiro sentado, enquanto via a multidão a caminho do palco secundário, onde atuavam os Pluto, ou do Palco Tejo, para assistir aos Blind Zero.
Pouco depois, com “Rebel”, os Extreme fizeram subir de tom a animação no Palco Mundo. “Vamos partir tudo hoje!”, prometeu o guitarrista Nuno Bettencourt, natural dos Açores. E assim cumpriu a banda internacional com os seus solos de guitarra e a voz forte de Gary Cherone.
Foram vários os momentos em que o guitarrista evocou as suas raízes, feliz por estar de volta a Portugal. Desde o boné do Benfica que usou em boa parte do concerto, tirando algumas gargalhadas ao públicos, ao momento em que pôs o povo a cantar o hino nacional. E depois, os Extreme tocaram o êxito que os lançou mundialmente nos anos 1990: “More than words”.
Amy Lee supreende-se
O início da noite deste sábado ficou marcado pela garra feminina e melancolia de Amy Lee. Depois de 2004 e 2012, os Evanescence voltaram a trazer o rock alternativo ao Rock in Rio.
Também a vocalista norte-americana começou por se mostrar surpreendida por ver “a casa cheia”. Em troca, o público acabou por ser presenteado com uma hora de músicas mais recentes, como “Wasted on you” (2021), mas também do álbum de estreia “Fallen”, como “Going under” (2003).