Devota, devota, Fátima Lopes é da santa do seu nome, Nossa Senhora de Fátima, mas também tem muita fé em S. Caetano , santo de "clínica geral", como gosta de dizer o padre Albino, citando o seu antecessor na responsabilidade do santuário em sua honra.
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Quando se vê nalguma "aflição", pede-lhe auxílio. Para retribuir as "graças" concedidas, uma vez por ano, vai a pé à noite até ao seu santuário. Há 14 anos consecutivos. "Não é bem promessa! Comei por ir com a minha cunhada, fiquei a gostar e agora vou todos os anos!".
Ana Pereira também há anos que, juntamente com um grupo da sua aldeia, Santo António de Monforte, caminha durante mais de duas horas e meia até chegar ao mesmo local.
Tal como Fátima e Ana, hoje e amanhã, centenas de devotos, sobretudo do concelho de Chaves, rumam, a pé, até ao recinto do Santuário de S. Caetano. A romaria é organizada pela freguesia de Torre de Ervededo, e será, por ventura, aquela que maior número de peregrinos envolve em todo o concelho.
Tantos que a autarquia tem vindo, de há alguns anos, a esta parte, a mobilizar funcionários para distribuir garrafas de água às centenas de pessoas que se fazem à estrada municipal que dá acesso ao santuário.
A relação peregrinos/viaturas nem sempre é a melhor. "Os condutores têm pouca sensibilidade, fazem ultrapassagens...É perigoso, até porque quase não bermas", queixa-se Fátima Lopes.
Hoje, Fátima deverá sair de Chaves às 22 horas. Quando chegar ao santuário, lá por volta das 24 horas, já terá o marido à espera. O regresso é feito de carro. "Depois de lá chegar, rezo, bebemos a água das três bicas e depois vimos embora", conta.
A água das três bicas do São Caetano tem um enraizada crença associada: que é água de fonte pura e que quem dela beber seus males cura.
Ana só saíra de Santo António de Monforte às 6.30 horas, paraàs nove assistir à missa em galego, especialmente destinada aos peregrinos do país vizinho. A missa e procissão "oficiais" realiza-se às 11 horas. Seguem-se os almoços no parque de merendas do recinto.