O historiador e académico Fernando Rosas debateu, ontem, o futuro com cerca de 30 jovens das escolas do concelho de Guimarães. Na iniciativa, inserida na área da Comunidade da Capital Europeia da Cultura - Guimarães 2012 (CEC), o deputado e historiador alertou que é preciso que os jovens ganhem consciência das dificuldades que se avizinham nos próximos tempos, ao nível económico, social e cultural. "A crise europeia é muito séria e lança muitas sombras sobre o futuro", alertou, aproveitando para referir que "está nas mãos da juventude resistir à imagem perversa que se está a tentar colocar em cima da mesa".
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A iniciativa, intitulada "Histórias do Futuro", consiste num trabalho escolar que decorre paralelamente em Maribor, cidade eslovena que partilha o estatuto de CEC em 2012. O resultado dos trabalhos será publicado em livro e terminará com uma visita dos jovens vimaranenses a Maribor e dos eslovenos a Guimarães.
No entender do historiador, a actual situação económica e política da Europa vai ter repercussões futuras em várias áreas, entre as quais a da cultura: "Estamos num ponto de viragem e não sei se é para melhor", afirmou.
Isto porque está a assistir-se a um "esvaziamento da democracia, perda de direitos e uma espécie de recuo civilizacional em relação ao que foi o Mundo do pós-guerra".
Apesar das preocupações com os jovens, que, "de hoje para amanhã, não têm trabalho nenhum", deixou uma mensagem de alento a Guimarães, que considerou ser "uma cidade magnífica. A CEC não podia estar em melhor sítio."