A RTP lamentou "profundamente", esta sexta-feira, a decisão da Guiné-Bissau de "impedir os guineenses de acederem às emissões da RTP África e da RDP África", considerando que tal "só pode ser visto como um retrocesso".
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O ministro da Comunicação Social guineense, Vítor Pereira, anunciou, esta sexta-feira, a suspensão das atividades da RTP, da RDP e da Agência Lusa na Guiné-Bissau, alegando a caducidade do acordo de cooperação no setor da comunicação social assinado entre Lisboa e Bissau.
"Estas emissões constituem há muito uma janela da Guiné-Bissau para o mundo; são também o lugar de encontro dos povos lusófonos onde, todos os dias, sabemos uns dos outros", adiantou o grupo RTP, em comunicado.
"Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe têm feito destas emissões um espaço de liberdade, de desenvolvimento e de respeito mútuo", prosseguiu, considerando que "com esta decisão os guineenses veem reduzido o seu poder de escolha e o seu acesso a uma informação e programação feita com rigor, isenção e com pluralismo".
Além disso, "os guineenses que vivem fora do seu país terão maior dificuldade em saber o que se passa na sua terra de origem".
Por isso, "diminuir as opções disponíveis de informação, de entretenimento e de cultura só pode ser visto como um retrocesso", considerou a RTP, que recordou que, "ao longo de muitos anos", o grupo estatal "tem mantido com a Guiné-Bissau, num espírito de entreajuda, uma relação de cooperação técnica e de formação, com vantagens mútuas".
Nesse sentido, "procuraremos manter e, se possível, desenvolver essa relação com a Guiné-Bissau, ligada por fortes laços a toda a comunidade lusófona".
A RTP "formula votos de que esta decisão possa ser ultrapassada o mais brevemente possível", concluiu.