Sara Sampaio: “Sou vítima das redes sociais, de me comparar com outras pessoas”
Tentou a sorte na adolescência com a Central Models e o concurso Cabelo Pantene, decidida a ser atriz. A vida trocou-lhe as voltas, a moda foi o caminho e tornou-se na mais bem-sucedida modelo portuguesa de todos os tempos.
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É esquisita com a comida, preguiçosa para treinar, sofre de ansiedade e já sente a pressão da maternidade. Fala do assédio e da falta de diversidade no mundo das passarelas. Sara Sampaio foi anjo da Victoria’s Secret e, aos 31 anos, a morar em Los Angeles, os desfiles são outros: anda atrás do sonho do cinema e a aventurar-se nos negócios.
Passa das dez da manhã, Sara já nos espera numa sala ampla da agência Dentsu Creative, com morada num antigo palacete em Lisboa. Está agarrada ao telemóvel, de cara fechada, e eis que levanta os olhos, verdes, tão verdes, e esboça um sorriso de lábios carnudos. Veste um fato Stivali amarelo-canário, em cima só o blazer, nada mais, e não precisa de dizer uma palavra para encher a sala. Há qualquer coisa de magnético em Sara. Está com uma dor de cabeça por andar a dormir pouco, só o confessa no final da entrevista, quando desata a arregaçar as calças e a trocar os saltos altos pelos rasos. “Por mim andava sempre de rasos.” Pensa em inglês, leva tempo para falar em português, mas obriga-se a isso, prefere dar calinadas e pedir desculpa logo a seguir. Mostra os anéis e os brincos vistosos, “são da nova coleção do Luís Borges”, o amigo de sempre. E fotos do chihuahua Luigi, a quem deu fama nas redes sociais, que agora mora em casa dos pais e que acabou de ir à tosquia “com máquina zero”. A top model tem aura de estrela internacional e doçura de miúda, tudo ao mesmo tempo.