Os Scorpions protagonizaram o grande concerto do segundo dia do Meo Marés Vivas. Amor Electro foi pujante, Lucas Graham bonito e Expensive Soul fizeram a festa de sábado à noite. O mau: as filas.
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A banda liderada por Klaus Meine está como o vinho do Porto e enfeitiçou, este sábado à noite, um recinto a abarrotar na Praia do Cabedelo, em Vila Nova de Gaia.
Depois daquela viagem aos 52 anos de banda ficamos a pensar que, afinal, oito anos foi tempo demais para os voltarmos a ver naquele palco. Arriscam, por este concerto e pelo de 2009, a ficar na mente dos festivaleiros como a banda mais icónica que passou pelas 15 edições do festival que vai mudar de local no próximo ano.
Antes houve hip-hop "tuga" no palco Santa Casa e uma espécie de reunião de amigos no concerto de Mundo Segundo com uma quantidade de público anormalmente positiva para aquela hora e palco, a mostrar que o Cabedelo não faz triagem de estilos na escolha dos conjuntos.
De volta ao palco principal, há que referir o enorme esforço com que os Amor Electro inauguraram o segundo dia. O conjunto de temas cantados com emoção por Marisa Liz não deixa ninguém indiferente e o vigor com que a vocalista encarna as músicas fez, daquela, uma excelente escolha àquela hora.
Já a anoitecer, o "sunset" Lukas Graham. A banda dinamarquesa autora de "7 Years" não deixou transparecer a eventual inexperiência que tem nesta coisa de tocar para 25 mil pessoas. Para além do "hit" que lhes deu fama, que ficou guardado para o fim, ainda tocaram "You"re not There" em homenagem ao pai de Lukas e "Mama Said" em homenagem a todas as mães do Mundo. Bonito, se Soul envolvente, piano certo e trio de sopros (trombone, sax e trompete) robusto.
Depois de Scorpions, a debandada. O recinto estava composto por muitos metaleiros e já se adivinhava a saída de muitos. Só não se sabia que ia perder quase metade do público. Mas foi assim. Nem por isso Expensive Soul se deixaram impressionar e fizeram uma verdadeira festa de sábado à noite. O conjunto mete 14 músicos em palco e não para por um segundo.
Demo anima e New Max brilha. Fecham o concerto com "Eu não sei" que demorou pelo menos 15 minutos a acabar. Eles não queriam sair dali. Pediram ao público para cantá-la uma boa dezena de vezes. Primeiro com camisola, depois sem. Seguia-se versão sem música, depois com. Agradecimentos variados para a família festivaleira também estiveram lá. Enfim, uma festa não tem hora de acabar, e ainda bem, não se culpem os homens por isso. Mesmo que alguém no backstage devesse estar furioso.
Com a chegada do Rock ao Cabedelo veio um público mais velho e exigente ao nível das condições do recinto. A quantidade de filas foi um entrave à fluidez do festival e, de algum modo, justifica também a mudança para outras paragens. Esperar uma hora de pé para comer, sem lugar sentado, 20 centímetros de francesinha mal-amanhada, ainda que vegetariana (seja lá o que isso for) com as alfaces e ervinhas todas lá dentro, não é digno. E depois mais 20 minutos para o café. Bem, esqueçam o café, não deu para esperar mais porque estava a entrar Scorpions.
Este domingo, no palco principal, há Joe Sumner (20.30 horas), Miguel Araújo (21.30 horas), Sting (23 horas) e Seu Jorge (01 hora).