Uma série de obras políticas serão exibidas no Batalha Centro de Cinema, no Porto, entre hoje e 28 de abril.
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Portugal não é um caso isolado. “O populismo avança em todos os continentes. Percebemos que os valores de Abril não são um dado adquirido e estão sob ameaça. Talvez conhecendo várias realidades, do presente e do passado, seja possível compreender como diferentes povos lidaram com situações de opressão - e extrair daí ensinamentos.” A reflexão é de Fradique, cineasta angolano que é um dos quatro curadores do ciclo “Se o cinema é uma arma”, celebração dos 50 anos do 25 de Abril que exibe um conjunto de filmes políticos, entre este sábado e 28 de abril, no Batalha Centro de Cinema, no Porto.
De Portugal a Hong Kong, do Chile à Nigéria, são percorridos temas como o colonialismo, as migrações, a terra, a educação ou a ditadura, num grande mosaico onde se “explora o poder transformador do cinema e a forma como este pode atuar como ferramenta de luta nos dias de hoje, em Portugal e no Mundo”, lê-se no texto do programa. Fradique explica a metodologia de seleção dos filmes, partilhada com Janaína Oliveira, Manuela Matos Monteiro e Rita Morais: “Quisemos apresentar uma amostra representativa de várias épocas e regiões, sempre com enfoque nos valores que associamos a Abril e que parecem hoje algo esquecidos. Há um predomínio claro de obras documentais, porque é nesse campo que existe um maior engajamento com questões políticas e sociais”.