Pelas 17.30 horas, as águas do rio Febras ainda eram, para muitos festivaleiros, mais convidativas do que o rock pesado dos Zamora. Desfrutaram de um belo banho, perderam um ótimo concerto.
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A maioria seguiu o conselho da organização, pregado nas paredes, e “foi lavar a febra”, enquanto espera pelos Dandy Warhols, às 23 horas. Num evento que não cobra entradas, o que não pode parar é a cozinha, a venda de febras, pataniscas e caldo-verde, tudo regado a cerveja.
Quando os Zamora davam os primeiros acordes no palco do Rock no Rio Febras, já os voluntários da cozinha, liderados pelo chef Carlos Araújo, se preparavam para mais uma maratona. “No ano passado, cozinhámos mil quilos de carne. Este ano, como introduzimos os cachorros e as pataniscas [deliciosas], pensamos que vamos vender menos febras. Mas, já nem sei, no primeiro dia foram 460 quilos de carne”, aponta o chef, formado na Suíça.
As mulheres que trabalham com Carlos Araújo fazem panelas de 60 litros de caldo-verde, uma vez por ano, no Febras. “Tenho uma equipa ótima, de outra forma não seria possível”, afirma o chef. Por estes dias, a freguesia de Briteiros, com 1800 habitantes, dá de comer aos 15 mil festivaleiros que esgotaram o parque de caravanismo (o campo de futebol) e o parque de campismo (um campo de choupos junto ao rio).
Os negócios locais batem palmas. O café do clube de futebol reforçou o fornecimento de cerveja. Os clientes habituais deslocaram a esplanada para mais perto do campo pelado, para estarem mais próximos dos caravanistas, e colocaram um colchão à beira das mesas. “Se alguém se for abaixo pode deita-ser ali”, explicam.
José Luís veio de Pontevedra porque gosta de rock e ouviu dizer que é disso que se trata neste festival. Além dos Dandy Warhols não conhecia mais ninguém, mas está muito curioso. No primeiro dia gostou muito de Pluto, a última banda de uma noite em que Post Mortem Experience, a banda de tributo a José Pinhal, fez aquilo que um grupo de baile supostamente deveria fazer: animou a malta.