No Porto e em Lisboa, há várias propostas em cena que confirmam a vitalidade atual das artes de palco.
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A temporada de rentrée teatral promete uma programação abundante e variada. Entre uma abundância de estreias, destacam-se encenações como "Vermelho", desde ontem no Teatro Carlos Alberto, no Porto. Até dia 28 de setembro, a peça de Carlos Pimenta, com base na dramaturgia de John Logan, leva-nos a um episódio real dos anos 50: a história de um duelo intenso, entre um mestre e o seu discípulo sobre a arte e a existência. Inspirado no conflito entre o pintor Mark Rothko e o seu jovem assistente Ken, no final dos anos 50, o espetáculo conta com interpretações de João Reis e Daniel Silva.
Também no Porto, a partir de hoje e até dia 27, com récitas às sextas-feiras e sábados, há risos para deixar escapar em "Solteira, casada, viúva e divorciada". Melânia Gomes celebra 20 anos de carreira interpretando quatro mulheres únicas, numa viagem pelos diferentes estados civis: é no Teatro Sá da Bandeira.
Em Lisboa, Cristóvão Campos, Nuno Lopes e Rui Melo protagonizam o regresso de "Arte", obra aclamada de Yasmina Reza, encenada por António Pires. No diálogo entre três amigos, perante um quadro branco, com a subjetividade, o ego, a lealdade e o conflito que ele desperta, "Arte" é um retrato acutilante da amizade e da dificuldade humana em aceitar pontos de vista. No Teatro Maria Matos de quinta a domingo, até 2 de novembro.
Até dia 28 no Teatro São Luiz, Lisboa, "Os descobridores do amor", de João Garcia Miguel, com interpretação de Petrônio Gontijo e Ademir Emboava, leva-nos ao amor, ao conflito, à herança dos antepassados e à verdade. Uma viagem ao passado (e ao futuro), inspirada no universo do poeta Camões. Ao Teatro Aberto, chega hoje "O senhor Paul", de Tankred Dorst, história de um homem que resiste à expulsão da sua casa por um jovem herdeiro que quer transformar o imóvel num negócio. A estreia celebra o centenário do autor.