Braga dá as boas-vindas à eletrónica mais exploratória com o arranque da sétima edição do Semibreve - Festival de Música Eletrónica e Arte Digital, com as estreias nacionais de Gas e Beatriz Ferreyra, na noite desta sexta-feira, no Theatro Circo.
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A compositora argentina, pioneira da eletroacústica, chega a Portugal aos 80 anos para um dos seus raríssimos concertos, no qual operará um sistema multicanal, para uma experiência sonora imersiva - no sábado, estará à conversa com o público, na Casa Rolão, sobre a sua carreira. Antes, é a vez da eletrónica em constante evaporação do alemão cofundador da editora de Kompakt envolver a sala - Gas (Wolfgang Voigt) traz um espetáculo audiovisual focado especialmente no seu último álbum "Narkopop" e mais de duas décadas de carreira na bagagem. A noite termina no GNRation com a japonesa Kyoka e a norte-americana Karen Gwyer.
Outra rara atuação ao vivo será a de Deathprod, no sábado, no Theatro Circo. O minimalismo invasivo e espacial do compositor norueguês chega embrulhado numa performance audiovisual. No mesmo dia, a Capela Imaculada do Seminário Menor abre-se à eletrónica experimental do norte-americano Steve Hauschildt, o ex-membro da banda seminal Emeralds (entrada gratuita).
Imperdível, será também o espetáculo de Valgeir Sigurdsson (domingo, Theatro Circo), "o mais arrojado ao nível visual", segundo Luís Fernandes, diretor artístico do Semibreve. O islandês, que se move entre o mundo acústico e o digital, é editor e curador da Bedroom Community e senhor de colaborações com nomes como Björk, Feist, Sigur Rós, Brian Eno ou Tim Hecker.
Várias estreias no país
Dois terços do cartaz do Semibreve deste ano são estreias nacionais de artistas de fora, com o festival de três dias a manter a mesma estrutura e linha da edição anterior, para um público diário restrito a cerca de mil pessoas. "O Semibreve continua a ser uma mostra fundamental da eletrónica atual, com concertos desafiadores e uma forte componente visual, em que tentamos trazer conteúdos que de outra forma não viriam a Portugal. É uma mistura de artistas de carreira longa com outros emergentes, de destaque internacional", sintetiza, Luís Fernandes.
A receita tem valido a atração da imprensa internacional e arrastado público estrangeiro. Cerca de 30% dos passes gerais (já esgotados) foram vendidos para fora do país, com os espanhóis à cabeça, seguidos dos britânicos e alemães, segundo o diretor artístico. Ainda há alguns bilhetes diários por sala à venda.
O festival contempla ainda uma mostra de instalações, conversas com artistas e um "workshop".
