A Revolução dos Cravos é o enfoque da nova exposição do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, patente ao público a partir desta quarta-feira.
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Patente ao público até 20 de outubro, “Pré/Pós – Declinações visuais do 25 de Abril” pretende investigar as tensões, os “ventos de mudança“, as contradições e os períodos, tentando dar o máximo de visibilidade a artistas e obras pouco conhecidas.
O curador, Miguel von Hafe Pérez, explicou, na apresentação, que não estava interessado em fazer uma exposição que fosse o melhor da arte portuguesa, “mas algo que contém esse défice de visibilidade”.
Com mais de uma centena de participantes, incluindo grandes nomes da cultura portuguesa como Sophia de Melo Breyner, a mostra dá uma particular atenção a artistas “praticamente invisiveis”, incluindo Quito Hipólito Raposo, Carlos Barreira e Salette Tavares.
As várias obras estão espalhadas por duas grandes alas: a primeira ocupa a ala direita do terceiro piso do museu na sua integra e a segunda encontra-se na biblioteca.
A importância de não esquecer
Em ambos os espaços podemos encontrar uma variedade quase infinita de conteúdos, desde fotografias, discos, poemas, programas de televisão, projeções, estátuas, esculturas, pinturas, desenhos, livros, jornais, cartazes, envelopes, anúncios, acrilicos, projeções, telas, bordados, panos, selos, vinis, entre muitas outras.
Todas as obras, à sua maneira, retratam o pré e pós do 25 de abril, debruçando-se sobre vários temas como religião, divisão da igreja e estado, politica, oligarquia, mulher, revolução, liberdade, censura, patriotismo, ditadura, sátira.
O sentimento que em todas é exprimido pode ser resumido a uma frase que se pode encontrar numa das obras expostas, esta pertencente ao artista português Bartolomeu Cid dos Santos: “Para que não voltem é preciso não esquecer”.